Estúdios de cinema reavaliam constantemente suas estratégias para se manterem competitivos em um mercado cada vez mais dinâmico. O modelo de negócio da indústria tem passado por uma transformação, e os filmes de baixo e médio orçamento estão conquistando cada vez mais espaço e lucratividade. Enquanto os blockbusters continuam a desempenhar seu papel como fonte de entretenimento espetacular e catalisadores econômicos, o sucesso de produções menores tem trazido vantagens significativas para os estúdios.

De acordo com dados do IMDb, lançamentos recentes como “Sorria”, “Todos Menos Você”, “A Freira 2”, “Pânico VI”, “É Assim que Acaba”, e tantos outros, têm comprovado que produções de orçamentos modestos podem gerar retornos espetaculares. Esses títulos, além de serem rentáveis, mostram que o público está em busca de entretenimento descomplicado, e de filmes que proporcionam diversão sem a pretensão de se tornarem grandes obras de arte.

Michael O’Leary, CEO da NATO, destacou em seu discurso na CinemaCon 2024 a importância dos “títulos de nível médio” para garantir uma oferta variada e atender diferentes públicos. Esses filmes oferecem aos estúdios a oportunidade de explorar narrativas diversificadas e lançar campanhas de marketing criativas, fugindo dos padrões tradicionais.

As mudanças atuais na indústria cinematográfica indicam a necessidade de um entendimento profundo da audiência. À medida que a indústria abraça novos modelos de negócio, vemos uma definição do que significa inovar.

Não se trata apenas de criar algo completamente novo, mas sim de encontrar maneiras de aumentar a lucratividade enquanto se atende às necessidades de um público muitas vezes mais jovem, e cada vez mais conectado. Isso pode significar inclusive a volta de modelos já explorados num passado não tão distante e que hoje voltam a ter demanda nas telonas como comédias-românticas, terror/suspense de baixo e médio orçamento, e outros gêneros diferentes das megaproduções fortemente exploradas nos últimos anos. Essas transformações podem estar remodelando tendências da indústria, impulsionando-a para novas e emocionantes direções.

À medida que se navega por esse momento da indústria cinematográfica, se reconhece a importância de alinhar posicionamento estratégico, inovação e uma maior compreensão da audiência. As mudanças que estamos testemunhando, não representam de forma alguma o fim das produções como conhecemos, mas sim o começo de um segmento de novas oportunidades. 

Ao seguir essas mudanças e se adaptar a elas, Hollywood garante que a sétima arte continue a prosperar e inspirar gerações futuras. O futuro do cinema está nas mãos daqueles que ousam desafiar o status quo e enxergar as transformações com entusiasmo e criatividade.
Nos vemos em um próximo texto, ou quem sabe nos cinemas!

(*) Thiago Madruga é diretor de Vendas e Trade Marketing Paramount Pictures e membro Open Mind Brazil