Lúcio Júnior - Open Mind Brazil

A vida é uma série de bolões. Em quais você vai entrar?

Como tomar boas decisões: com informação de qualidade

Por Lúcio Júnior
Publicado em 06 de abril de 2022 | 03:00
 
 
 
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De um dia para o outro, 44 funcionários da empresa ficam milionários, do pessoal da limpeza a profissionais da alta direção. A notícia do fim de semana fez muita gente pensar: “nunca mais nego uma ação em conjunto do povo da firma”.

Dizem que quem não entrou no bolão da Mega-Sena, organizado pelos funcionários de uma empresa de logística, em Santos, litoral de São Paulo, está chorando até agora. Foram R$ 2,7 milhões para cada vencedor! Eu também ficaria muito mal se não tivesse entrado. 

Mas isso não é um movimento para convencer a mim ou você a participar do próximo bolão. Proponho uma reflexão sobre conjecturas.

O argumento para aceitar participar de uma ação em grupo é sempre o mesmo: e se der certo, e se for um sucesso e eu ficar de fora? Isso vale para bolão, para investimentos financeiros, para entrar em uma sociedade, para uma festa em família, para uma viagem em turma...

Você aceita participar, tudo dá certo e você fica feliz! Mas, e se der errado? Eu não sei quanto cada funcionário desembolsou no bolão, só sei que quando não aceitamos participar de algo é porque acreditamos não é para a gente no momento – por uma série de fatores – ou porque a empreitada não vai vingar.

Isso nos leva a um ponto central dessa nossa conversa, realmente avaliamos os cenários ou decidimos no calor do momento? Como tomar boas decisões? Com informação de qualidade!

Tudo pode acontecer na vida. Sem informação, temos a ilusão de que há 50% de chances de dar certo e 50% de dar errado. Mas quando começamos a acessar as informações, percebemos que não é bem assim.

Segundo a Caixa Econômica Federal, a chance de acertar as seis dezenas com uma aposta simples é de uma em 50 milhões. Você olha para essa probabilidade, olha para os boletos, compara o que consegue comprar com o valor da aposta e toma a decisão: ficar de fora.


Aconteceu de o bolão ser contemplado? Risco calculado! 
Claro que isso não impede algumas emoções, mas você tomou uma decisão tendo por base informações. Você fez o melhor que poderia ter feito no momento e isso ajuda a reduzir, ao mesmo, a culpa.
Se adotássemos esse hábito de buscar informação antes de decidir, de avaliar prós e contras, de comparar cenários, nos livraríamos de muita encrenca, das mais simples às mais cabulosas: frequentaríamos lugares que somariam, nos relacionaríamos com pessoas que acrescentariam, trabalharíamos em locais em que cresceríamos. Compraríamos melhor. Fecharíamos melhores negócios.

A boa informação na tomada de decisão faz mais que abrir os olhos, alarga horizontes.

Sim, há o imponderável. Sorte é um fator difícil de se colocar em uma equação. Há ainda a mudança inesperada. A epidemia nos mostrou isso. Há também a ação não esperada de outras pessoas, impactando as nossas decisões.

Participar de um bolão parece ser uma decisão simples. Fato é que estamos o tempo todo tendo que decidir entrar ou não em bolões. A pergunta é: que bolão vai te deixar rico de verdade?

 

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