Você já presenciou um bate-boca em público? Pessoas nervosas, gritando umas com as outras? E discussões dentro das empresas? Conversas acaloradas entre líder e liderado? Tudo isso acontece porque há uma grande deficiência na comunicação entre esses colaboradores.

Para evitar situações como essas, sempre ouvimos que fulano deveria ter sido uma pessoa mais sensata, tranquila, assertiva. Saiba que assertividade não vem de acerto, e sim de asserção, que significa afirmação.

No mundo corporativo, nós convivemos todos os dias com pessoas assertivas e não assertivas. Imagine que você esteja na sua empresa, no horário do almoço, aguardando na fila do refeitório. Na sua frente está o sr.

Joaquim, um senhor de meia-idade. De repente, um jovem rapaz, recém-contratado, aproveita um descuido e se coloca à frente dele. Além de furar a fila, o rapaz ainda pisa no pé do senhor. Sem esboçar reação alguma, o idoso simplesmente se afasta, diz “tudo bem” e deixa o rapaz tomar o seu lugar na fila. Esse comportamento do idoso é chamado de “não assertivo passivo”.

Imagine a mesma história com um final diferente. Ao aproveitar o descuido do idoso, furar a fila e pisar em seu pé, o rapaz foi surpreendido com uma pisada muito maior, de volta, e ainda vários gritos, xingamentos e um empurrão que o fez desistir de ficar na fila. Nessa situação, a reação do sr. Joaquim pode ser identificada como “não assertividade agressiva”. 

Na primeira versão, o senhor foi considerado uma pessoa boba demais, extremamente passiva. Já na segunda, muito agressiva. Só faltou incluir o exemplo de comportamento assertivo afirmativo, que é considerado o mais sensato e politicamente correto para enfrentarmos o dia a dia pessoal e profissional. Nesse caso, sr. Joaquim deveria se manter calmo e tentar conversar com o jovem para que houvesse um acordo entre as partes, demonstrando equilíbrio emocional e bom senso.

No momento de passividade, foi dito um “tudo bem” que deixava clara a subserviência do senhor, que poderia estar irritado internamente, mas que não conseguiu externar esse sentimento. Já no momento de agressividade, os gritos e xingamentos mostraram todo o descontentamento do idoso, que o fez explodir em raiva.

Conviver com pessoas assertivas é sempre mais produtivo porque elas sabem utilizar uma comunicação não violenta, escolhem as palavras certas e pensam bem antes de falar. Ainda mantém a calma e conseguem “contar”, se necessário, de um até 10... mil.

Quantas pessoas você conhece que têm reações passivas ou exageradamente agressivas? Para que haja uma harmonia entre os integrantes de uma empresa, os líderes e colaboradores devem conversar frequentemente, por meio de uma comunicação eficaz e assertiva, onde todos possam apresentar descontentamentos e propor soluções que evitem situações não assertivas que vão, certamente, aumentar os ruídos de comunicação e prejudicar o clima organizacional das empresas.

Anderson Veloso é Instrutor de oratória, palestrante | Locutor & apresentador de TV | Criador do método “Fale Bem Agora”