OPEN MIND BRAZIL

O trabalho híbrido e os novos perfis de liderança

Os gestores não podem desperdiçar as oportunidades que os avanços tecnológicos propiciaram ou a otimização de seus processos alcançada


Publicado em 03 de março de 2021 | 03:00
 
 
 
normal

O mercado de trabalho passou por diversas transformações desde o começo da pandemia do Covid-19 e, neste contexto, o trabalho híbrido ganhou muita força. Acredito que essa modalidade já era uma das mais importantes tendências corporativas do século XXI, mas por conta da pandemia foi antecipada. Basicamente, o modelo consiste em dividir a jornada entre tarefas realizadas em home office e na empresa. Em inglês, inclusive, é conhecido pelo termo blended working – em tradução livre, trabalho misturado.

Com o advento da pandemia em 2020, as empresas adotaram de forma emergencial o home office e, com o passar dos meses e a prorrogação da situação, perceberam que não seria necessário o retorno full time dos colaboradores ao escritório para garantir a produtividade.

O modelo se solidificou e em um cenário pós-pandemia deve crescer ainda mais.  Afinal, os gestores não podem desperdiçar as oportunidades que os avanços tecnológicos propiciaram ou a otimização de seus processos alcançada. Ao mesmo tempo, não devem ignorar as conhecidas forças presentes apenas no relacionamento presencial.

Prova disso é que segundo os principais C´Levels do Brasil, o trabalho híbrido é a modalidade que mais atende às necessidades do mercado e deve ser adotada pela maior parte das empresas neste ano. Pesquisa realizada pela startup Open Mind Brazil ouviu 200 grandes líderes do mercado corporativo e apontou que 85% dos entrevistados pretendem implantar em suas empresas um misto de home office e trabalho presencial em 2021.

Ainda de acordo com dados da pesquisa, o home office foi adotado por 96% das empresas para ajudar a minimizar os impactos da pandemia e deve continuar em partes em quase todas elas. O levantamento ainda aponta que 50% dos líderes disseram que suas empresas não tiveram a produtividade impactada com as medidas tomadas para conter a pandemia e 35% afirmaram que, na verdade, viram uma melhora no desempenho da empresa.

A verdade é que o modelo híbrido de trabalho pode dar muito certo quando é bem executado, mas não deixa de ser desafiador. É algo que exige foco, organização e disciplina por parte dos envolvidos. As empresas precisam demonstrar confiança nos funcionários e contar com tecnologias que garantam a gestão de todos os pontos.

A partir desse contexto, é natural que muitas dúvidas apareçam: como saber, por exemplo, qual o melhor dia da semana para se trabalhar em casa, no coworking ou na sede da empresa?

O maior desafio, no entanto, será para os líderes que precisam agora gerenciar a produtividade ao invés do horário dos seus subordinados. É fato que este já era um caminho natural entre as grandes lideranças, mas com a aceleração do trabalho híbrido e uma certa liberdade para os profissionais, a nova postura entre os que comandam é imprescindível.

Para que uma equipe híbrida tenha sucesso é preciso também que ela conte com a tecnologia e os recursos necessários. Isso significa que é essencial que os donos e gestores da empresa incentivem a prática de trabalho remoto, de forma que os profissionais se sintam confortáveis com essa nova forma de realizar as atividades. As ações precisam partir de cima para baixo. Então, é necessário que as lideranças deem o exemplo para incentivar as demais pessoas da companhia.

Em seguida, é indispensável que as equipes tenham a tecnologia ideal para trabalhar com eficiência em lugares diferentes. É primordial, por exemplo, adotar aplicativos para troca de mensagens, plataformas de videoconferências e ferramentas para documentar processos.

À medida que a tecnologia avança, as pessoas passam a contar com novas ferramentas que permitem fazer mais com menos. Em outras palavras, isso quer dizer que é cada vez mais possível que as pessoas sejam mais produtivas, em menos horas trabalhadas.

De fato, pesquisa recente das maiores consultorias do mercado mostra que empresas que não investem em tecnologia tiveram 15% em perdas de receita anual e probabilidade de comprometer ainda cerca de 46% dos ganhos potenciais até 2023. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, empresas brasileiras gastam, aproximadamente, 7,7% dos recursos em tech e, precisamos concordar, este número deve crescer consideravelmente após a pandemia.

Naturalmente, não existe uma verdade absoluta para cada questão. Isso vai depender das demandas e necessidades das empresas e das pessoas — que, vale sempre reforçar, são os principais ativos para as companhias. 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!