Rejeitar significa resistir, desprezar ou recusar algo ou alguém. A rejeição é uma das feridas emocionais mais profundas e difíceis de lidar. Ela pode se manifestar em diferentes momentos e âmbitos da vida social. Pode ser um sentimento de rejeição no amor, no trabalho, entre amigos e na família. Uma pessoa pode ser rejeitada por indivíduos ou por um grupo inteiro de pessoas ou até por si mesmo, o que chamamos de autorrejeição.

Quando você se sente inferior ou que você não é o suficiente, esse sentimento por si só leva à rejeição. Você passa a achar que não é inteligente o suficiente, não é bonito o suficiente, não é bom o suficiente… ou seja, você não é suficiente. Sua vida não é suficiente. Mas a questão é a partir de quais referenciais nossa vida ou nós mesmos não somos suficientes. Avalie bem e escolha de quem vai colher uma opinião! 

Não se trata de quem nós somos, e sim do que fazemos. A rejeição não nos define nem direciona nossas vidas. Somos nós que estamos no comando. E nós podemos trabalhar para mudar nossas escolhas, nos autoconhecer e fortalecer nossa confiança. E entender que outras pessoas podem não ser capazes de aceitá-las, e isso é problema exclusivo delas, e não nosso. Nesse caso, adotar atitudes positivas e mudar hábitos nocivos é muito importante. Autoestima é uma avaliação que o indivíduo efetua e comumente mantém em relação a si mesmo. Expressa um sentimento ou uma atitude de aprovação ou de repulsa por si mesmo e refere-se ao quanto um sujeito considera-se capaz, significativo, bem-sucedido e valioso. 

A percepção que o indivíduo tem do seu próprio valor e a avaliação que faz de si mesmo em termos de competência constituem os pilares fundamentais da autoestima. Esta se constitui em uma experiência subjetiva, acessível às pessoas através de relatos verbais e comportamentos observáveis. 

O caminho para lidar com a rejeição pode acontecer através de uma boa sessão terapêutica com um profissional, pode vir através do treino mental em sempre ajustar a expectativa com o real, pode ser minimizada se afinamos a nossa percepção de nós mesmos e de nossos bioindicadores e, ainda, particularmente um caminho importante: aceitar. A aceitação não é uma visão fatalista e passiva da vida. Muitas pessoas investem sentimentos, emoções enormes em tentar viver outras vidas. Fugindo de situações que ultrapassam nossas escolhas. A aceitação aqui colocada representa um movimento de aceitação de que os outros podem e vão ter visões sobre nós mesmos, mas que não necessariamente essas visões nos representem. Então, ao receber uma rejeição, ou um olhar virado, ou um feedback diga apenas: ok! E, na sequência, use de uma expressão curiosa: e daí? Aprenda a dizer de forma suave, mas posicionada: “Ok! E daí?”. Você não é a representação do outro, não é a expectativa do outro! Aceitação de si é o contrário da rejeição. Estaremos sempre incluídos no maior processo: a vida que escolhemos ter! Acolha-se antes de tudo! Boas escolhas! 

  

*Otávio Grossi é filosofo, mestre em psicologia, psicopedagogo de autistas, mentor de empresários e escritor do livro “Conquistas Autênticas”, da editora Candido. É colunista do jornal O TEMPO e participante do programa Interess@, às segundas-feiras, na rádio Super 91,7 FM.