“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (João 5,39). A vida eterna a que Jesus se refere não é quantidade de vida, mas qualidade de vida, sem feridas ou traumas. O Senhor Jesus disse: “(...) eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (João 10,10).
Eu quero “plantar” algo em seu coração, e você não pode se esquecer desta verdade: não temos que caminhar por aquilo que sentimos, por aquilo que as pessoas dizem a nosso respeito, nem dar ouvidos às mentiras de Satanás e seus demônios, mas única e exclusivamente à Palavra de Deus e ao que ela diz a nosso respeito. Temos de estar convictos acerca de nossa identidade em Cristo Jesus. Uma coisa é termos a identidade, e outra é assumirmos a posição que a identidade nos dá.
Muitos conhecem a história do príncipe que virou mendigo. A identidade dele era de príncipe, mas a posição dele era de mendigo. Isso quer dizer que a pessoa pode ter a identidade de príncipe e viver como mendigo. O que acontece? Ele não desfruta de sua identidade. São duas realidades completamente distintas, porque a simples identidade, por si só, não leva a pessoa a viver a posição. A mesma situação na história do filho pródigo (Lucas 15,11). Quando, digamos assim, o filho mais abusado volta, e o pai celebra uma festa, há muita alegria, e, quando o irmão mais velho, voltando do campo, ouve o som da música e percebe que alguma coisa está acontecendo, ele pergunta: “O que está acontecendo?” E dizem para ele: “Seu irmão voltou”.
Esse texto trata de identidade. O moço, ao ouvir a resposta de que seu irmão voltara após tanto tempo fora de casa, ficou do lado de fora, dizendo, parafraseando: “Aquele indigno voltou, e meu pai está dando uma festa para ele? Eu não vou entrar”. E o filho volta para o pai e diz: “Meu pai, há tantos anos eu te sirvo e o senhor nunca me deu um cabritinho sequer para eu me alegrar com meus amigos”.
Ou seja, o moço tinha a identidade correta, mas a posição dele não era a posição de filho, mas de servo, de escravo, porque assim se via, mesmo sendo filho. Eis sua identidade de servo: “Pai, eu te sirvo e não ganho nada. Nunca pude festejar com meus amigos, fazer um churrasco” (parafraseando). O pai retruca na intenção de reafirmar a identidade do filho: “Filho, tudo o que eu tenho é teu”.
Aquele moço tinha a identidade de filho, mas ele não desfrutava dessa posição e, por isso, vivia na casa e não via o pai como pai, mas como patrão, como um líder, como aquele que dava ordens. Ele não desfrutava da posição de filho. Pura falta de conhecimento.
Para as feridas da alma, “a lei do Senhor é perfeita e restaura a alma” (Salmo 19,7). A primeira coisa que temos que guardar, imprimir em nossa alma, é exatamente o conhecimento sobre quem somos em Cristo. Quem eu sou em Cristo?
Declare que você é aceito pelo Pai, e não um rejeitado. O Pai o aceitou não pelos méritos ou pelas virtudes que você possui, Ele o aceitou por Sua graça absoluta.
Deus abençoe!
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