PAULA PIMENTA

Ciúmes

Sou ciumenta. Já fui bem mais do que sou hoje, mas volta e meia me pego lutando contra esse sentimento chato

Por PAULA PIMENTA
Publicado em 31 de agosto de 2013 | 03:00
 
 
 
normal

 
  • Desculpe o auê
  • Eu não queria magoar você
  • Foi ciúme, sim
  • Fiz greve de fome, guerrilhas, motim
  • Perdi a cabeça...
  • (Rita Lee)
 
Sempre escuto casos sobre relacionamentos que terminam por causa de ciúmes. Um tempo atrás, assisti a um documentário sobre isso, onde algumas pessoas que foram entrevistadas, inclusive algumas celebridades, discorriam sobre como o ciúme se manifestava nelas, suas causas e efeitos. 
 
Em maior ou menor grau, todas em algum momento já tinham passado por alguma situação em que o ciúme despontou. O programa não dava uma solução para escapar do sentimento nem procurava explicar, apenas mostrava a reação de quem era atingido por ele. 
 
Não fui uma das entrevistadas, mas gostaria de dar o meu depoimento: Sou ciumenta. Já fui bem mais do que sou hoje, mas volta e meia me pego lutando contra esse sentimento chato.
 
Quando meu irmão começou a namorar, e até hoje quando aparece com alguma menina nova, minha primeira reação é de antipatia. Puro ciúme de irmã-coruja, que quer saber quem é aquela pessoa que se acha digna do meu irmão perfeito. Mas geralmente isso dura pouco. Meu irmão sabe escolher muito bem e foram poucas as namoradas dele de quem eu não virei muito amiga com o tempo. 
 
Já senti também ciúmes do resto da minha família, dos meus animais, das minhas roupas, do meu carro, dos meus livros e DVDs... Mas a gente sabe que ciúmes por causa de namorado é o pior tipo.
 
Lembro perfeitamente de uma crise que eu tive quando o meu primeiro namorado recebeu uma cantada de uma sirigaita, bem na minha frente! 
 
Se fosse hoje em dia, eu riria da cara dela e o puxaria para um beijão no mesmo segundo, pra que ela visse que o moço tinha dona (e uma dona brava!). Na época, inexperiente que eu era, saí pisando duro, larguei os dois na festa onde estávamos, e depois fiquei chorando sozinha em casa. Ah, se eu pudesse voltar no tempo... 
 
Outro cara que namorei possuía a irritante mania de falar das ex-namoradas. A cada vez que ele contava um caso, eu tinha vontade de matá-lo! Não só ele, mas também a coitada da menina, que nem devia ter ideia de que o ex dela ainda a colocava em tantos assuntos...
 
Eu, particularmente, acho que lugar de antigos relacionamentos é na gaveta de recordações ou na memória, e tento não trazer para o presente o que vivi no passado. Faço questão de passar segurança para a pessoa com quem eu estou, pois sei que quando o ciúme aparece, por mais que a gente tente não demonstrar, abafar, fingir que não está sentindo, não tem como enganar o coração. 
 
O pior é o efeito colateral que esse sentimento traz. Do mesmo jeito que o afeto, a paixão e o carinho nos aproximam de alguém, o ciúme afasta, repele, deixa triste, instiga sentimentos de vingança... 
Seria tudo o que eu falaria no tal documentário, caso me entrevistassem. Namorado tem que ser uma alegria e não um aborrecimento. Se começa a dar dor de cabeça, melhor ficar sozinha. Problemas bastam o que eu arranjo por mim mesma.
 
Tem gente que pensa que ciúme é sinal de amor. Que se não o sentimos é porque não gostamos da pessoa. Eu acho o contrário... Pra mim, ciúme é algo que envenena o relacionamento, que desgasta, que faz com fiquemos com o “pé atrás”. Que ocupa espaço em um lugar onde apenas o amor deveria imperar.
 
www.paulapimenta.com

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