Agora que acabaram as eleições municipais as atenções da classe política – da população ainda não – se voltam para 2026, com a eleição presidencial, de governadores e parlamentares federais e estaduais. 

Na disputa presidencial, hoje o candidato mais forte é o presidente Lula que tem fixação por um quarto mandato. Lula, uma estrela política que independe do PT, tem fortes chances, mesmo com os erros que ele e seu governo vêm cometendo e que podem acabar atrapalhando a nova caminhada, por enquanto solitária, já que não há adversário à vista, considerando que Bolsonaro é inelegível. 

Neste quadro, quem surge como um nome forte do grupo é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que, na intimidade, diz que vai para reeleição e não quer repetir o erro de seu antecessor. Assim, Tarcísio torna-se um nome fortíssimo para 2030. 

No fim de seu segundo mandato como governador de Minas, e com boa avaliação, Romeu Zema já coloca seu nome na corrida presidencial. Ele lançou para substituí-lo no governo estadual, o vice, Mateus Simões, que já está trabalhando incessantemente para a disputa. 

Em Minas também já se fala no ministro Alexandre da Silveira e no senador Cleitinho (o que faz muita gente tremer só de imaginar a hipótese) para a disputa ao governo. Mas que ninguém se surpreenda se o ex-governador Aécio Neves sair forte para a disputa. 

No Rio, o prefeito reeleito Eduardo Paes já sonha com o Palácio Guanabara. Mas, por enquanto, 2026, que muitos esperavam sair mais definido de 2024, ainda está um pouco confuso. 

Todos apostavam numa candidatura forte da direita, fosse Bolsonaro candidato ou não, mas o que saiu das urnas foi uma direita rachada, sem uma liderança realmente de expressão nacional. Bolsonaro deu mostras de que está em queda e seus possíveis substitutos, como Ronaldo Caiado, de Goiás, não se mostram consolidados como lideranças do grupo e com penetração no eleitorado nacional.

O centro, assim como a direita mais radical, também não tem um nome de expressão para trabalhar. Este vácuo é que está sustentando a pretensão de Lula de buscar mais um mandato, mesmo não tendo mais uma base de sustentação política confiável. 

A verdade é que o Brasil atravessa um vazio político de consequências imprevisíveis. Uma olhada nos Parlamentos, em todos os níveis, deixa claro que o nível dos que se aventuram no mundo político hoje caiu muito. Uma queda que, diga-se de passagem, não começou agora. Começou bem lá atrás, ainda no período da ditadura militar, quando as melhores cabeças começaram a se afastar das disputas eleitorais, abrindo espaço para os aventureiros e para os radicais também.