Paulo César de Oliveira

A ômicron nos assusta

Os desafios para o 2022 que está se aproximando


Publicado em 14 de dezembro de 2021 | 03:00
 
 
 
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Estamos a poucos dias de um novo ano; 2022 está logo ali e vem chegando carregado de expectativas e desconfiança. O 2022 vai se iniciar com um pouco da cara do 2021, pois o mundo não conseguiu ainda superar a tragédia da pandemia que matou milhões no mundo – o número certo nunca saberemos – e provocou verdadeiro desastre econômico.

A vacina nos fez acreditar, por alguns momentos, que havíamos controlado a pandemia, mas o surgimento de uma nova variante do coronavírus, a ômicron, que circula pelo mundo, mostrou o quanto somos vulneráveis e despreparados para enfrentarmos o desconhecido. Problema que se agrava pela ação dos negacionistas que, irresponsavelmente, minimizam uma situação que é grave, levando parcela da população a agir como se tudo estivesse normal, aumentando a taxa de risco para todos.

Mas nossos problemas não param aí: 2022 se inicia com o país atolado numa crise política e econômica – a maior parte do mundo se ressente de dificuldades econômicas, é verdade – agravadas pela realização de eleições, uma disputa que se antevê como radicalizada e pior, sem que os candidatos que ainda lideram pesquisas, apresentem planos para o enfrentamento de questões como inflação, desemprego, fome.

Bolsonaro – que já vestiu a faixa presencial em 2019 pensando em reeleição – e Lula – que preso por corrupção foi impedido de disputar a eleição de 2018 – só têm o caminho da radicalização para se manterem em evidência e, iguais politicamente, farão o possível e o impossível para impedir o surgimento de uma alternativa, a chamada terceira via.

Nesse grupo, que precisa começar a conversar de forma mais objetiva, as alternativas que com maior viabilidade são o governador João Doria e o ex-juiz Sergio Moro. Ciro Gomes, o eterno candidato, parece, nesta altura, carta fora do baralho. Doria, ao contrário, tende a crescer a partir da divulgação dos números de seu governo em São Paulo, enquanto Moro vai sendo arrastado para o radicalismo no qual, por sua inexperiência, tende a se perder.

Mas nossos problemas políticos não se encerram na escolha de um presidente capaz de liderar um processo de recuperação nacional. Em 2022 vamos ter que eleger governadores e reformar as Assembleias, a Câmara Federal e ainda um terço do Senado. A reforma do Legislativo, em especial, é tarefa fundamental se queremos mesmo um país sério, sem corrupção e ajustado socialmente.

Quem vencer a disputa presidencial terá uma tarefa hercúlea, caso não tenhamos uma renovação significativa no Legislativo presidencial. Bolsonaro, para não sofrer impeachment, cedeu o comando do país exatamente ao grupo que, para se eleger, dizia combater e acusava de tudo, menos de honesto e preocupado com o país.

Esse grupo comanda o país ou melhor, comanda os recursos do país hoje e, se reeleito tentará agir da mesma forma com o novo presidente, servindo de espelho para os legislativos municipais.

Diante disso, renovação parece ser a solução para um país que, ao contrário do que dizem os otimistas profissionais, tem tudo para se afundar ainda mais em 2022.

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