PAULO CESAR DE OLIVEIRA

As esperanças se renovam

As dificuldades do presidente nascem em casa, com seus filhos


Publicado em 18 de dezembro de 2018 | 03:00
 
 
 
normal

Estamos a seis dias do Natal, a data máxima da cristandade, e a 14 dias de entrar em 2019. O Natal é uma época de confraternização, de juntos nos irmanarmos e rezar para que venham tempos melhores. Que nesta época todos pensem no bem comum.

O 2019 vem carregado de esperança no novo governo de Jair Bolsonaro, que na eleição deste ano teve uma votação expressiva de quem, cansado de velhas práticas, resolveu apostar em mudanças radicais. O povo se cansou da corrupção desenfreada que tomou conta do país no governo do PT.

Corrupção, reconheçamos, sempre existiu no país e no mundo, mas não no nível que atingiu nos governos petistas. A corrupção virou forma de sustentação de um projeto de poder, atingindo um patamar que nunca se viu antes neste país e no mundo, diria Lula, que, por isso mesmo, se tornou um presidiário.

Bolsonaro tem consciência de que foi eleito para dar um basta nessa situação e fazer o Brasil retomar o caminho do desenvolvimento, crescer e com isso combater o desemprego, que atinge índices como nunca tínhamos visto. A expectativa é tão positiva em relação ao novo governo que os índices econômicos já apresentam melhoras, e há uma reação favorável do empresariado.

A equipe montada por Bolsonaro é boa, inspira confiança e pode fazer voltar o crescimento. No entanto, Bolsonaro sabe – foram 28 anos na Câmara – que, se não aprovar as reformas necessárias, como da Previdência e tributária, nos seis primeiros meses de governo, depois não conseguirá mais. E a da Previdência não pode ser fatiada.

O Congresso já ensaia manter o método do toma lá dá cá, e o presidente tem que ter apoio popular e autoridade para ir em frente. Caso contrário, não vamos mudar nada. Sem mudanças, que – registre-se – o presidente Temer teve coragem de iniciar, não há ajuste possível. Sem ajuste será o caos. Com o caos, a volta do passado, mais remoto ou mais recente.

Para quem tem tanta responsabilidade por ter sensibilizado o eleitorado com seu discurso milagreiro, Bolsonaro tem pela frente dificuldades a serem superadas rapidamente para evitar risco de tornar-se refém de grupos. O mais estranho é que as dificuldades que enfrenta agora não estão sendo impostas por inimigos ou simples adversários.

Nascem em casa. Seus filhos têm provocado tensões desnecessárias com suas declarações e mesmo atos, que, queiram ou não, se refletem na confiança do povo no presidente Bolsonaro. A história envolvendo um assessor de Flávio Bolsonaro, senador eleito pelo Rio de Janeiro, coloca o presidente eleito contra a parede. Péssima para ele, excelente para os que vivem das fraquezas alheias.

Não tenham dúvidas de que o cheiro de corrupção que exala próximo a Flávio vai ter um preço. Que poderá ser maior ou menor, dependendo da desculpa que for arranjada. Aliás, a situação só não está pior pelo escândalo envolvendo João de Deus, o milagreiro tarado e corruptor da fé.

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!