PAULO CESAR DE OLIVEIRA

Desprendimento de Temer

Presidente tem mostrado que se preocupa em fazer o necessário


Publicado em 27 de fevereiro de 2018 | 03:00
 
 
 
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É simplista a tese dos que defendem a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Dizer que Temer não tem nada a perder com a medida, caso ela não apresente resultados, é não dar importância à tentativa de se conter a absurda violência na cidade do Rio e, mais, não reconhecer a coragem que o presidente demonstra ao levar adiante uma providência que já deveria ter sido adotada há mais tempo.

Temer surpreendeu muita gente e até agiu com algum improviso, mas fez o necessário. As críticas que tem recebido dos oposicionistas beiram o ridículo. Dizer que ele deu o salto populista é tão falso quanto uma nota de três reais. O que queriam os críticos, de situação e oposição? Que Temer se omitisse, como fizeram seus antecessores, diante do massacre de cidadãos inocentes, vítimas de brigas de gangues ou de assaltantes enlouquecidos? Que ele nada fizesse apenas por ser este um ano eleitoral?

Governar é, acima de tudo, assumir ônus e correr riscos. As mudanças que propôs até aqui, e que seus opositores teimam em chamar de “propostas do Temer”, são imprescindíveis e só não foram discutidas antes pela falta de uma liderança no Brasil. Faltou até aqui alguém preocupado em enfrentar os reais problemas que emperram o país.

Faltou estadista, embora tenham sobrado falsas lideranças. Não que Temer, até aqui, tenha se mostrado um estadista. Não, mas é preciso reconhecer que tem agido com correção e coragem. Uma coragem que se sustenta no desprendimento político.

Ao contrário de muitos, Temer tem mostrado que se preocupa em fazer o necessário, não o que rende votos, o que passa a impressão de que não tem um projeto de poder pessoal. Isso apequena os governantes. Querer, no entanto, eleger um sucessor é legítimo, pois significa desejar a continuidade de um projeto de país. Se tiver mesmo esse desejo, Temer está certo. O projeto que vem sustentando interessa muito ao Brasil, e será muito difícil que, se não for realizado agora, encontre outro presidente, sem medo das urnas, com a coragem de levá-lo adiante.

O encaminhar dessa discussão em torno da intervenção no Rio dá o tom da próxima campanha eleitoral. Está evidente que não teremos uma disputa eleitoral séria, com debates em torno de propostas. Veremos, ainda mais pelas redes sociais, uma campanha de baixaria, com acusações de toda sorte – verdadeiras ou falsas –, sem qualquer menção de programas de governo – que serão apenas documentos que os candidatos formularão para registrar na Justiça Eleitoral.

O silêncio de governadores em torno dos grandes assuntos nacional, como a reforma da Previdência e a segurança pública, para não falar em saúde e educação, deixa claro que ninguém deseja se expor. Todos preferem deixar o bate-boca no nível federal para não correrem o risco do embate com o eleitor. É desse silêncio cômodo e covarde que o país precisa se livrar. É dessa oposição burra, que é contra tudo, que precisamos nos livrar. É dessa situação que cobra vantagens para apoiar que precisamos nos livrar. Enfim, é hora de mudar tudo.

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