Paulo césar de Oliveira

Em busca da terceira via

Estatura moral e competência para liderar mudanças no país


Publicado em 26 de outubro de 2021 | 03:00
 
 
 
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A aparente polarização da disputa presidencial entre Bolsonaro e Lula nas eleições do ano que vem é uma discussão que está mais forte no meio político, mas para o presidente do Podemos, o experiente Roberto Freire, o povo só vai prestar atenção na disputa por volta de agosto do ano que vem, que é quando se inicia a campanha.

Até lá, a classe política tem que procurar se unir para fazer surgir uma terceira via fortalecida, alguém com estatura moral e competência para liderar um processo real de mudanças no país. Alguém que não queira impor suas ideias, mas que seja capaz de liderar a busca de consenso que respeite a opinião do povo.

Essa discussão esteve presente no Fórum Econômico do Lide, que aconteceu quinta e sexta-feira da semana passada, em São Paulo. A discussão teve como moderador o experiente jornalista William Waack e participação, além de Freire, dos presidentes do PSDB, Bruno Araújo; do PSL, Luciano Bivar, e do MDB, Baleia Rossi, com intervenções de Luís Fernando Furlan e Roberto Gianetti da Fonseca.

Enquanto a classe política prioriza o debate sobre candidaturas, a nossa economia está em frangalhos, com inflação nas alturas, Bolsa instável e o dólar alto. E o vaidosíssimo Paulo Guedes não arreda o pé do Ministério da Economia, mesmo com sua equipe desidratada. Hoje ele está tão mal que o melhor era sair, e Bolsonaro arrumar outro para seu lugar, o que, com certeza, o mercado agradeceria.

Quanto à chamada e esperada terceira via, o nome do governador de SP, João Doria, caminha para ser a melhor opção para o Brasil, mesmo com a rejeição que ainda tem de alguns. Contudo o governo que vem desenvolvendo no maior Estado da Federação o credencia a governar o Brasil e colocá-lo nos trilhos do desenvolvimento.

Mas é preciso lembrar que não basta escolher um nome para a Presidência. É preciso que os eleitores se conscientizem de que tão importante quando escolher o nome certo para a Presidência, é eleger cidadãos capazes, honestos e realmente comprometidos para os governos estaduais e para os Legislativos federal e estadual.

O mundo já enfrenta e certamente vai acelerar o processo de mudança profundas em todos os sentidos. Não será com políticos despreparados, não raras vezes desonestos, escolhidos por eleitores despreparados, que vamos conseguir construir um país. De nada adianta, e temos experiência disto, acreditarmos em fanfarrões de soluções prontas, em populistas autoritários.

A mudança tem que ser feita por toda a sociedade, com a participação de todos. Não se busca, evidentemente, um país de opinião única. As soluções sempre surgem do consenso. Do debate de ideias. E é isso que não temos. Somos um país sem ideias que a cada dia fica mais distante do mundo desenvolvido.

E a culpa não é dos políticos. É, sim, repito, de quem os escolhe e elege.

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