O universo das celebridades televisivas suscita um alto grau de interesse por parte da população. Para atender essa demanda, existe um rico e dinâmico filão jornalístico que trata da vida dos ricos e dos famosos, mesmo sendo tais informações, frequentemente, simples conjecturas. Trata-se, basicamente, de dinâmica semelhante àquela que ocorre na política, área na qual os movimentos banais de hoje podem indicar a formação das correlações de forças de amanhã. Nas últimas semanas, tem sido interessante observar a interseção entre esses dois mundos, normalmente distantes, mas igualmente ávidos por notícias: o apresentador de televisão Luciano Huck vem sendo cotado como pré-candidato à Presidência da República.
É fato que vivemos o momento de articulações pré-eleitorais, do qual fazem parte as especulações mais diversas. Há poucos meses, celeuma quase tão intensa surgiu em torno do nome de Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal. Tais boatos, às vezes frívolos, servem para auxiliar os cálculos de várias lideranças políticas. A resposta fria, que partiu do próprio Barbosa, foi um dos fatores que contribuíram para que hoje poucos se animem em vê-lo como presidenciável.
O apresentador Luciano Huck, até agora, vem traçando roteiro diferente: nega ser candidato, mas não deixa de proclamar soluções possíveis para o futuro do Brasil. Assim, não apenas evita ferir a legislação eleitoral por propaganda extemporânea, como também deixa todas as opções do quadro político-partidário em aberto. Huck tem o tempo como um grande aliado: enquanto explora possibilidades, provavelmente preparando-se para posar como o candidato centrista que muitos esperam, o apresentador continua como o mais assistido nas tardes de sábado.
Se a popularidade, por um lado, representa fator favorável a Luciano Huck, por outro, sua notoriedade é um empecilho: suas tratativas com partidos e lideranças políticas têm circulado rapidamente pela imprensa que cobre a vida das celebridades. Democratas e PPS foram os interlocutores de Huck, e a simples divulgação dessa informação já elimina um dos principais ingredientes do panorama pré-eleitoral: a discrição.
Nesse contexto, Luciano Huck se vê obrigado a emitir declarações confusas, nas quais nega suas intenções eleitorais, além de sofrer pressões da emissora em que trabalha para que seu suspense não atrapalhe o planejamento das atrações que serão veiculadas a partir do início de 2018. Além de divulgar esse tipo de informação, o caldeirão borbulhante de boatos sobre celebridades despeja até conjecturas sobre tensões no ambiente familiar de Huck, já que o caminho da política não seria algo que empolgaria sua mulher, a apresentadora Angélica. Definitivamente, trata-se de uma dinâmica inusitada para o meio político brasileiro.
Quando afirma que tem uma preocupação genuína com o futuro do país, Luciano Huck provavelmente diz a verdade: afinal, nenhum interesse vago o levaria a tão frequentes conversas com partidos de médio porte, exatamente aqueles que teriam pouco a perder e muito a ganhar ao ter suas imagens vinculadas a alguém famoso como Huck. No mesmo sentido, não seria razoável pensar que Luciano Huck arriscaria sua reputação televisiva em troca do lugar de espectador do jogo da política eleitoral. Por isso, a lógica aponta que, no mínimo, as prospecções de Luciano Huck no campo da política são mesmo voltadas para a construção de um papel de protagonista na campanha de 2018.
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