Musas fortes
“Feminista” é palavra tão feia quanto “machista”. As mulheres não merecem ser reduzidas a um rótulo. Mas, neste admirável e não menos chato mundo novo, conseguiram criar uma palavra mais chata, e antipática: “empoderamento” feminino. Lembra “presidenta”! Quem conhece um mínimo de história sabe que, sim, as mulheres sofreram e ainda sofrem muita violência, covardia e injustiça. Mas sempre foram poderosas.
Fortes e poderosas
Hoje, Dia Internacional da Mulher, homenageamos as mulheres, todavia, sem apelar para a velha e idiota piadinha, “E o Dia Internacional do Homem?”. No tempo das igualdades, um dia excluí o outro. Somos todos humanos. É o que deveria ser comemorado. Para esta homenagem, pegamos um gancho infeliz, no ótimo texto de Sérgio Giacomelli: “Quando uma mulher é empoderada?”.
Poderosas e delicadas
Escritor e engenheiro eletricista catarinense, radicado em Belo Horizonte, escreve Giacomelli: “Divisão de átomos, limpador de para-brisa, genética microbiana, cromossomos X e Y, bote salva-vidas. O que essas invenções têm em comum? Foram descobertas por mulheres”. Aí, a prova de que as mulheres sempre foram inteligentes, criativas e poderosas. O autor confessa: “É verdade que o empoderamento feminino é uma palavra moderna”.
Delicadas e ousadas
“Mas é inegável que a ousadia, o estímulo e a habilidade feminina sempre estiveram ativamente entre os domínios ditos como masculinos. Mas quando é que a mulher é empoderada?! Quando está psicologicamente fortalecida! A mulher que não permite ser subjugada, que tem autoestima inabalável, tem tudo para conquistar seus sonhos sem temor às diferenças de gêneros. Da forma que vejo, esses ensinamentos precisam vir do berço, da escola, da sociedade e da literatura como agente transformador”.
Ousadas e exemplares
“Os livros sempre foram e serão essenciais para construção gradual desta mudança social, que quebra paradigmas”. É aí que Giacomelli puxa a brasa para sua sardinha, citando seu romance, “D'Angelo - O Viajante de Conca”. Mesmo sem uma Ângela ou uma viajante, o livro trata da “construção de uma mulher forte que busca a equidade de gênero, mesmo em em 1949 – ano em que se passa a obra”.
Curtas & Finas
* Giacomelli termina: “Que todas tenham a certeza que são fortes, que acreditem em seus potenciais”.
“Desejo que todas possam se espelhar nas personagens fortes da minha obra, que sejam uma Valentine confiante”.
“Uma Giovanna dona de si e decidida ou uma Isabella em busca de seus sonhos e que todas possam conquistar sua própria felicidade”.
“E, é claro, uma homenagem singular às minhas leitoras que tornam o meu trabalho especial e minha obra mágica”. Mágica e modesta!
* Nosso desejo particular não fica atrás. Desejamos que todas as mulheres sejam apenas mais confiantes.
Confiantes da força que sempre tiveram, do sexo frágil que nunca foram.
Desejamos mais sucesso e que cada dia sejam mais fortes, sem perder a ternura, como diria Che Guevara, de sinistra memória.
Que sejam apenas mulheres, o que já é muita coisa e muito mais que ser homem.
Que as mulheres não nos vejam como concorrentes, opressores, assassinos, machistas e feminicidas em potencial.
“Feminicídio”, outra palavra, infelizmente, ainda mais feia, covarde e atual.
Mulheres, continuem a seguir o destinos de vocês, que é brilhar!
Homens! Mais respeito, reverência, proteção e companheirismo para com as suas e todas as outras mulheres do mundo.
Homem de verdade ama “verdadeiras mulheres de verdade”. O que é raro é caro. Quem ama não bate, não mata; cuida.
Feliz Dia Internacional da Mulher, inclusive para seus súditos, os homens.
* Ah! Até dia 12, os prédios do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Palácio da Justiça Rodrigues Campos, Corregedoria-Geral de Justiça e Fórum Lafayette - estarão com iluminação roxa.
A iluminação pretende chamar a atenção para as causas envolvendo as mulheres.
A medida foi autorizada pelo presidente do TJMG, desembargador Gilson Soares Lemes, a partir de um pedido do Movimento 8 de Março Unificado - RMBH.