PAULO PAIVA

A força da união

Esta é uma iniciativa exemplar que pode transformar o vale do rio Doce e dar um impulso inigualável ao desenvolvimento de Minas Gerais e do Espírito Santo


Publicado em 21 de fevereiro de 2020 | 03:00
 
 
 
normal

Evento histórico aconteceu em Belo Horizonte, nesta semana, quando os governadores Romeu Zema e Renato Casagrande e os presidentes da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, e Leonardo de Castro, da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), promoveram o lançamento do Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico e Industrial Integrado de Minas Gerais e Espírito Santo, na sede da Fiemg, com auditório pleno de deputados federais e estaduais e empresários, mineiros e capixabas, e de secretários dos dois governos.

Minas Gerais tem posição privilegiada no território brasileiro. Faz divisa com seus vizinhos do Sudeste e com Estados do Centro-Oeste e do Nordeste. É uma unidade logística, por excelência. Espírito Santo tem vários portos e está construindo o porto de Imateme, com o maior calado do país, próprio para o transporte de carga por contêiner. Ademais, com a exploração do pré-sal, será um grande fornecedor de gás, que poderá reduzir o custo de energia para a produção, se não se transformar em fonte fácil de alta tributação. A infraestrutura é fundamental na integração e no desenvolvimento dessa região. Minas Gerais tem carga a escoar pelo Espírito Santo, que tem o gás para abastecer a economia mineira.

As prioridades na infraestrutura são a concessão das rodovias BR–381 e BR–262 e a melhoria da malha ferroviária, interligando as ferrovias da Vale e da FCA para unir o Centro-Oeste ao Espírito Santo, aproveitando a oportunidade da outorga na renovação dessas concessões para fazer investimentos, oferecendo alternativa, no sentido leste, de acesso ao mar para a exportação de grãos, minérios e carga geral e, no sentido oeste, do transporte de bens importados e produzidos no Sudeste e Nordeste.

Emblemático para os dois Estados é o desenvolvimento do vale do rio Doce, afetado recentemente pelo desastre do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. Samarco, Vale e BHP têm responsabilidade legal e moral pela recuperação do rio Doce e, por intermédio da Fundação Renova, atuam para reparar os danos e fazer a compensação dos impactos negativos, com o sonho de entregar à região e ao país o vale e o rio Doce em condições melhores do que tinham antes do desastre. Esta é uma oportunidade única para juntar os esforços da Fundação Renova e suas mantenedoras na alocação dos recursos compensatórios, estabelecidos no Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC), com Estados, municípios e o setor privado, para aproveitar-se das sinergias que poderão ser criadas, alavancando recursos, domésticos e internacionais, e gerando oportunidades de investimentos e empregos.

Esta é uma iniciativa exemplar que pode transformar o vale do rio Doce e dar um impulso inigualável ao desenvolvimento de Minas Gerais e do Espírito Santo.

O plano prevê, também, a busca da segurança jurídica, essencial para garantir um melhor ambiente de negócios.

A união faz a força. Mãos à obra.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!