A vida não está fácil. A crise do coronavírus matou as expectativas de que a economia retomaria crescimento mais robusto. A epidemia de Covid-19, difundida a partir da China mundo afora, contaminou a economia global. Recentemente, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) baixou a estimativa do crescimento global deste ano para 2,4%, menor do que os 2,9% do ano passado, devido ao impacto negativo da paralisação da economia chinesa e de suas consequências sobre a economia global.

Em 2003, quando houve a epidemia de Sars, a China tinha participação na economia mundial menor do que tem atualmente, e as redes sociais não eram eficazes como agora.

O pânico da segunda-feira negra desta semana, que agitou os mercados financeiros, pôs todos em alerta. Os mercados ficaram muito mais vulneráveis aos impactos da epidemia e à disseminação de notícias, verdadeiras e falsas, nas redes sociais. O medo e as incertezas tomaram conta do mundo.

Nessa quarta-feira (11), o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a expansão do Covid-19 já chegou a 114 países, com mais de 118 mil casos e 4.291 mortes, alertando que se espera para os próximos dias e semanas o aumento expressivo dos números de casos, de mortes e de países afetados.

Assim, mesmo reconhecendo que em apenas quatro dos 114 países concentram-se 90% dos eventos e, em dois deles – China e Coreia do Sul –, a epidemia está em declínio, o diretor geral da OMS reconheceu, por fim, situação de pandemia no planeta.

Mais incertezas à vista. Na noite dessa quarta-feira, em solene comunicado à Nação, o presidente Trump sacudiu o mundo com anúncio bombástico de medidas para proteger seu país do avanço da Covid-19, como restrição por 30 dias de voos e mercadorias da Europa, criando mais medo e confusão em um mundo em pânico.

No seu estilo, Trump aproveitou para criticar as lideranças europeias. O pânico, que já era grande, ficou maior ainda, atingindo o desempenho das economias e a volatilidade dos mercados de ativos.

Veio da China, nessa quinta (12), o primeiro sinal de alívio. O governo chinês anunciou que a epidemia de Covid-19 acabou no país. Os novos casos estão em declínio. Ufa!

Espera-se também que, com a chegada do verão no Hemisfério Norte, a crise se amaine por lá. No entanto, ao sul do Equador, em breve chegará o inverno, ambiente propício à resistência do vírus.

Por aqui, as autoridades, os agentes econômicos e a população devem estar preparados para evitar o pânico, protegendo as vidas humanas e a atividade econômica.

É hora de enfrentar com equilíbrio a gravidade da situação, mantendo na área da saúde a estratégia exitosa, já consolidada no combate às epidemias, e executando ações coordenadas na área econômica. É hora para conter a contaminação do coronavírus nas pessoas e na economia, com competência e sem bravatas. As pessoas em primeiro lugar.