JOSIAS PEREIRA

Apenas um amistoso e não a revanche do 7 a 1

Redação O Tempo


Publicado em 26 de março de 2018 | 03:00
 
 
 
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Há algum tempo a mídia brasileira vem pintando o jogo entre Brasil e Alemanha, nesta terça-feira, como uma possibilidade de revanche para cima dos germânicos. Mas é preciso entender que esse jogo não passa de um mero amistoso. Com a propriedade de uma testemunha ocular da história, já que estive, ao lado de vários companheiros, naquele dia infame para o futebol brasileiro, o famoso placar jamais deverá se repetir de uma maneira tão acachapante. E não é preciso conclamar os fantasmas daquela partida para fazer com que o Brasil dê ao povo a vingança desejada.

Mesmo com remanescentes do 7 a 1, a seleção de hoje é completamente diferente em questões táticas e de pensamento do que aquela que pisou no Mineirão. Assim como a Alemanha que, sem Özil, Müller e Khedira, não colocará sua força máxima em campo, mas apresentará aos brasileiros uma nova geração de atletas que mantêm o comprometimento organizacional de um time já pronto e, com certeza, forte candidato a mais um título mundial.

Aliado a isso há sempre aquela preocupação de jogadores e comissão técnica quanto às lesões que já rondam muitas seleções antes da Copa do Mundo, fazendo com que esses amistosos se tornem celeiro de observações, mas também de cuidados redobrados. Afinal de contas ninguém quer ficar fora de um Mundial, ainda mais se lesionando em um jogo que teoricamente não vale nada.

A dinâmica muda e essa disputa se limita mesmo apenas ao torcedor, que quer ver uma resposta brasileira aos ultrajantes alemães que vieram aqui e nos escorraçaram como se estivessem jogando aquela peladinha de fim de semana.

Aconteça o que acontecer nesta terça-feira, é importante destacar que o Brasil vem em uma evolução e que o mais importante neste momento é encontrar um time ideal para a estreia na Copa. E oremos para que Tite ainda demova essa ideia de Taison e leve um Luan para a Rússia. Seleção é lugar para os melhores e não existe essa história de que não se pode levar um jogador porque ele não se encaixa no esquema tático do time. Tite ganha bem para solucionar esses problemas. Material humano não falta.

Falando em formação, a que o Brasil utilizou para derrotar a Rússia poderia muito bem ser a que vai encarar a Suíça no dia 17 de junho, em Rostov. Como já tinha falado em colunas anteriores, a saída de Renato Augusto era fundamental para poder encaixar esse 4-1-4-1 com Willian na ponta direita e Coutinho centralizado. E Tite não perdeu em marcação, muito menos as aparições sempre fortuitas de Paulinho no ataque. Dessa maneira, a única mudança será mesmo a entrada de Neymar na vaga de Douglas Costa, que atuou na faixa esquerda.

Contra a Alemanha, Tite poderia dar mais rodagem a esse sistema, fazendo com que o Brasil se adapte à formação e faça ainda mais progressos. Será fundamental em uma Copa quebrar as linhas das retrancas que deverão se fazer presentes na fase de grupos com a flutuação pelas beiradas de campo.

Por isso, antes de qualquer análise precipitada sobre esse Brasil e Alemanha, tire da mente o revanchismo e pense que os testes prosseguem e que o maior objetivo não é superar os alemães em um amistoso, mas dar a volta por cima com um hexacampeonato.

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