JOSIAS PEREIRA

As múltiplas possibilidades de Tite

Redação O Tempo


Publicado em 04 de junho de 2018 | 03:00
 
 
 
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Faltando dez dias para o início da Copa do Mundo, a seleção brasileira foi mais uma vez aprovada em um duríssimo teste contra a Croácia. Engana-se quem pensa que a classificação dos croatas ao Mundial via repescagem é um demérito. A Islândia foi muito dominante em um grupo I das Eliminatórias Europeias que ainda contava com Ucrânia e Turquia. 

Quando a Croácia se deparou com a Grécia na repescagem a disparidade ficou nítida. Um impiedoso 4 a 1 no jogo de ida e a classificação tranquila com um 0 a 0 na volta.

Além disso, não há como questionar uma seleção que possui no meio-campo peças como Modric, Rakitic e Kovacic. 

E foi isso que o Brasil encontrou em Liverpool. Um jogo duro, de chegadas até desnecessárias às vésperas da Copa. Porém, fundamentais para ver o quanto Neymar segue sendo essencial para derrubar as fortes linhas dos adversários. 

A “Neymardependência” é algo que preocupa o torcedor mais exigente da seleção brasileira. Mas há de se destacar que, diferentemente de outras Copas, Tite possui uma ideia de jogo e opções ofensivas capazes de não fazer com que Neymar brilhe sozinho. Um grande exemplo disso é Willian, cada vez mais titular da seleção. Ele foi constante durante todo o jogo contra os croatas. Para se ter ideia, ele trocou 35 passes na partida e acertou todos, sendo ainda, segundo números do Footstats, o 3º jogador que mais ficou com a posse de bola na seleção brasileira e também o único jogador ofensivo entre os seis primeiros. 

O primeiro tempo claudicante, e sem a presença de Neymar, também não é terra arrasada. A entrada de Fernandinho cumpre um importante papel tático que é o de liberar Marcelo para atuar mais adiantado, como um meia. Essa formação mais convencional pode ser bastante válida em duelos com seleções como Alemanha ou Espanha. Teoricamente, Fernandinho substitui Renato Augusto, que acabou perdendo espaço no time. Uma possibilidade para ter um meio-campo mais criativo é a entrada de Fred, um meia bastante versátil e que pode sair para o jogo com mais propriedade auxiliando Paulinho, que não foi muito bem no penúltimo teste antes da Copa do Mundo.

Pensando no time da segunda etapa, o Brasil possui hoje um quarteto ofensivo muito veloz e com funções que se equivalem. Neymar, Coutinho e Willian podem jogar de 10 e também de 11, contribuindo com Jesus na demanda dos gols. A criatividade cabe a Tite. E que bom que ele possui variadas opções para modificar a cara desta seleção durante o Mundial.

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