Há poucos dias, a NFL divulgou oficialmente que a temporada regular passará a ter 17 jogos por time, algo que já vinha sendo estudado pela liga norte-americana, um sucesso de audiência absoluto no país e também com grande engajamento no Brasil. A inclusão de mais uma rodada na competição influencia diretamente nos planos de expansão comercial da NFL.
Os jogos internacionais estão na pauta. Inclusive com a confirmação recente de que Londres terá um jogo da liga neste ano, um confronto do Atlanta Falcons frente a um adversário que ainda será conhecido. A partida acontecerá no estádio do Tottenham, da Premier League, arena que foi preparada para receber jogos da NFL na Inglaterra. A data oficial do compromisso será conhecida em maio, quando a liga vai divulgar o calendário oficial de jogos.
Os jogos fora dos Estados Unidos podem gerar reclamações por parte dos torcedores locais, mas são algo bastante celebrado pela liga e o Brasil pode fazer parte deste calendário. Não é de hoje que o país flerta com esse sonho. Algo ainda mais próximo após o comunicado da NFL destacando que, a partir de 2022, todas as 32 franquias jogarão internacionalmente pelo menos uma vez a cada oito anos, com o rodízio de sedes entre Canadá, Europa, México, Reino Unido e a nossa América do Sul.
O Mineirão é um dos grandes estádios brasileiros que podem receber uma partida da NFL. Primeiro porque a praça já possui experiência em receber jogos da modalidade. Foi no Gigante da Pampulha que a seleção brasileira de futebol americano protagonizou um clássico contra a Argentina, em 2017. Foi também no estádio que um dos jogos mais emocionantes da história do futebol americano regional aconteceu, a decisão do Estadual de 2016, vencida pelo Minas Locomotiva, hoje América Locomotiva.
O histórico de Belo Horizonte com o futebol americano é muito próximo, com alguns dos princiáis gestores da modalidade atuando diretamente na cidade. E outro ponto fundamental, há o interesse da Minas Arena. Samuel Lloyd, diretor comercial da empresa que administra o Mineirão, confirmou à coluna que existem conversas iniciadas para que o estádio receba uma partida da NFL em um futuro próximo.
Outras praças no Brasil também estão no páreo, como o Maracanã, no Rio, além do Allianz Parque, do Palmeiras, em São Paulo, e estádios da região nordeste pelo fato da logística de transporte.
Brasil: interesse e mercado em alta
Dados do IBOPE Repucom, líder global em pesquisa de marketing esportivo, apontaram um crescimento de 35% dos fãs de NFL entre os internautas brasileiros nos últimos anos, passando de 20% da população conectada com 18 anos ou mais em 2016 para 27% na onda mais recente da pesquisa Sponsorlink, especializada em hábito de consumo esportivo, realizada em outubro de 2020.
Em 2016, 15,2 milhões de pessoas no Brasil se declaravam fãs (interesse + alto interesse) de futebol americano. Já em 2020 foram 27 milhões. Ainda segundo a pesquisa, o perfil dos fãs de futebol americano é 55% masculino, 69% entre 18 e 39 anos e apresenta afinidade relevante entre a parcela da população de renda alta.
Um levantamento da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) feito em 2020, indica ainda que o Brasil é o terceiro maior consumidor mundial da modalidade, ficando atrás apenas de Estados Unidos e México. Os dados impulsionam os executivos americanos na ativação de ações voltadas ao público brasileiro, que cada vez mais consome a NFL. O próximo passo a ser rompido, sem dúvida, é a realização de jogos no país. Algo que não parece mais tão distante.