RAIMUNDO COUTO

A volta dos que não foram

Redação O Tempo


Publicado em 18 de julho de 2018 | 03:00
 
 
 
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Assunto que já não ocupava mais espaço na mídia voltou a ser comentado nesta semana: a volta da fabricação do fora de série Puma. Por isso, hoje, vamos relembrar um pouco desta história. De meados dos anos 60 até o fim dos anos 80, as importações estavam fechadas no Brasil. Em um mercado ávido por novidades, várias empresas brasileiras surgiram, como a Bianco, de Tony Bianco, que produzia seus automóveis ‘fora de série’, como eram conhecidos popularmente esses esportivos, à imagem e semelhança dos originais europeus.

Vale lembrar que a similaridade com os bólidos do Velho Continente começava e terminava na aparência. No Brasil, a mecânica e o chassi eram quase sempre da Volkswagen. Na Europa, a esportividade fazia parte do contexto, e o destaque eram sempre os motores de alto desempenho.

Outro exemplo da mesma época é o Farus. Projetado e construído em Minas Gerais, o modelo diferenciava-se de seus pares por utilizar mecânica dos Fiat Rally e GLS, que era "empurrado" por um motor de 1.300 cc. Há miais modelos que valem a lembrança. Um deles é o Miura, que, em sua versão top de linha, já contava, naquela época, com portas abertas por controle remoto. Nos para-choques dianteiro e traseiro, uma luz neon avisava de longe que um Miura estava chegando. Em uma de suas últimas safras, o Miura saiu da fábrica com um porta-arma, uma espécie de coldre no painel da porta.

O outro é o Santa Matilde. O modelo era fabricado por uma empresa paulista que produzia vagões para linha férrea. Com a crise e a demanda cada vez menor nesse ramo, ela decidiu diversificar e produzir um esportivo. Daí nasceu o Santa Matilde, o primeiro a ter o motor seis cilindros do Opala 4.100. Imagine um propulsor desse tamanho em um esportivo com carroceria de fibra de vidro. Mas, entre tantos esportivos nacionais surgidos, nenhum marcou tanto a história como o Puma. Esse, sim, deixou muitos aficionados saudosistas. E não sem motivo. A marca entrou para a história como a empresa brasileira que produziu o maior número de automóveis esportivos. E, além do mercado nacional, exportou seus produtos para vários países.

Ainda hoje, o Puma tem uma legião de fã-clubes por todo o país. A boa nova é que ele está de volta. Em comum com o modelo do passado, apenas o nome e a proposta. Para comemorar os 50 anos dessa história, completados em 2014, a Puma anunciou a produção de dez unidades do novo Puma, o GT 2.4 Lumimari. Feito com carroceria reforçada em fibra de vidro e chassi tubular em aço-carbono, o carro pesa apenas 915 kg e será equipado com motor traseiro central de quatro cilindros, flex, com 183 cv. O câmbio é manual de seis marchas, bem ao estilo de um esportivo. O teto é rígido e removível. Por dentro, o esportivo terá um acabamento “de raiz”, bem simples. De moderno mesmo, só a central multimídia touch screen. Cada uma das dez unidades dessa nova versão do Puma será oferecida por R$ 150 mil, mas com a possibilidade de financiá-lo em 15 parcelas de R$ 10 mil.

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