RAIMUNDO COUTO

Apuros de Janaína

Redação O Tempo


Publicado em 29 de agosto de 2018 | 03:00
 
 
 
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Um momento importante na vida de tantas pessoas, que poderia para sempre ser relembrado como uma grande conquista, a verdadeira e legítima obtenção ao direito de ir e vir, motorizado, muitas vezes se torna um pesadelo, daqueles de acordar no meio da noite, com medo, pavor e até pânico. Nos referimos ao processo para conseguir a primeira habilitação. Ou, na, linguagem mais popular, “tirar carteira de motorista”.

Atire a primeira pedra quem não sentiu um “frio na barriga” na hora do exame prático, naquele instante que só você e o examinador estão ali, e é chegada a hora da decisão, do tudo ou do nada. Parece que o mundo vai acabar (e para muitos acaba mesmo) se ao final da avaliação a tão sonhada aprovação não acontecer. E desde que o mundo existe a coisa funciona assim, nesse sistema de suor e lágrimas, o que não faz o menor sentido. E não é exclusividade dos que tentam a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em Belo Horizonte. Em várias capitais e no interior as dificuldades relatadas são, senão as mesmas, muito parecidas. Sem falar do bolso, que sofre com o alto custo para que o candidato possa sair, na outra porta, com a CNH nas mãos. Uma pesquisa recente aponta que o valor, incluindo taxas e exames em um pacote básico com 20 aulas práticas, fica em cerca de R$ 2.500.

Toda essa história para comentar com o amigo (a) leitor uma conversa escutada na cantina do jornal, onde a protagonista, a simpática Janaína, lamentava em alto e bom som que “o examinador até que foi legal, me deu uma chance, mas errei a baliza e tomei bomba”. E continuava seu descontentamento. “Essa não foi a primeira vez, na hora da aula acerto tudo, mas na prova minha mão fica suada, tremo e acabo errando”. Não demorou nada para um dos presentes no recinto, emendar: “Fica fria, Jana, eu tomei três ‘paus’ antes de conseguir. Só na quarta vez, quando não estava mais nem ligando se passasse ou não, consegui”. E não foi só uma pessoa a engrossar o coro das lamentações.

Sempre nestes momentos surgem outros que se identificam com a situação, se sentem fortalecidos, se encorajam e assumem que com eles também aconteceu. Assim, com tanta solidariedade conjunta, Janaína até ficou mais conformada, criou coragem imediata e terminou o assunto: “Quer saber, vou é treinar mais e voltar lá para mostrar para eles como vou ser uma ótima motorista”. Parabéns Janaína, não tenha medo de encarar essas “feras”, vá calma, segura e confiante e insista, não desista, porque daqui a muitos anos você vai se recordar dessa importante e definitiva vitória. Mas, cá para nós, por que é preciso sofrer tanto para ter a aprovação que confere direito a uma licença para dirigir automóveis? Uma pergunta, com certeza, sem resposta.

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