RAIMUNDO COUTO

Armadura urbana

Redação O Tempo


Publicado em 10 de setembro de 2014 | 03:00
 
 
 
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Uma triste constatação da inversão de valores e expectativas das modernas sociedades urbanas é o fato de ser comum – ainda que não seja normal – passar por uma situação como a de um assalto. Da mesma forma, é natural que quem sofre algum tipo de violência fique com medo por algum período. Não é a paranoia que está grande. É a mais pura constatação de uma realidade que deixa a nós, cidadãos, inseguros e vulneráveis a qualquer hora do dia.

Há os que preferem se preparar de outras formas que não apenas adotando um comportamento defensivo. Existem cursos de direção evasiva, que ensinam técnicas para que o motorista consiga escapar de uma situação de perigo. Contudo, nesse caso, é necessário ter muita cautela, sangue-frio e raciocínio rápido. É justamente durante a tentativa de fuga que o bandido reage, atirando no veículo para atingir a vítima, consumar o assalto ou, simplesmente, matar ou ferir quem abordou.

Se em um passado pouco distante era praticamente inacessível, devido ao alto custo, se imaginar dentro de um automóvel blindado, hoje, essa realidade está mais próxima. Em coluna publicada há algumas semanas, abordamos detalhes técnicos do processo, preços e particularidades afins. Mas, se ainda não é possível adquirir um zero-quilômetro e, antes mesmo de levá-lo para a garagem, submetê-lo a uma blindagem, quem sabe a compra de um veículo seminovo protegido para suportar disparos de armas de fogo possa ajudar a viver nos grandes centros com maior tranquilidade?

É isso que propõe a Steel blindados, uma empresa paulista que informa o crescimento de mais de 20% ao ano nesse mercado e dá algumas boas dicas para que o “marinheiro de primeira viagem” não embarque em uma canoa furada e compre um blindado usado e inseguro.

É importante o carro ter a documentação da empresa que fez a blindagem e se ela está regularizada, conforme as leis vigentes. Fazer uma pesquisa de praxe em sites de reclamação também é importante e sempre recomendável.

Outro ponto a ser verificado é o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV). Nesse documento deve constar a informação que aquele carro foi originalmente modificado por motivo de blindagem. Sem esse registro, nenhuma empresa poderá fazer o seguro do veículo, que é considerado ilegal e pode ser apreendido. Além disso, o comprador deve exigir da blindadora a autorização emitida pelo Exército no ano em que o processo de blindagem foi executado.

Dê preferência aos modelos com transmissão automática para não correr o risco de o motor apagar, por um erro ou nervosismo, em uma possível fuga. Os vidros elétricos devem ser testados cuidadosamente, pois, com a blindagem, eles ficam mais pesados, e, se o maquinário não for adequado, pode causar quebra. O mesmo vale para os vidros, que devem estar em boa aparência, sem trincas ou delaminação. Como um carro blindado pode pesar até 230 kg a mais, é essencial verificar a suspensão, pois é a que mais sofre com todo esse peso. Com os vidros abertos e em local silencioso, verifique se não existem rangidos ou barulhos na suspensão, bem como o alinhamento e balanceamento como de praxe.

Verifique o estado dos pneus, que não devem ter bolhas ou marcas de reparo, e se eles estão em boas condições. Os pneus de carros blindados são especiais e levam uma cinta metálica de proteção que permite a rodagem mesmo que ele esteja furado. Não deixe de conferir o ar-condicionado, que deve estar funcionando em perfeitas condições, pois o ideal para um carro blindado é que circule sempre com os vidros fechados. Com esses cuidados, é possível fazer um bom negócio a um preço viável e garantir tranquilidade e segurança nos deslocamentos do dia a dia.

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