RAIMUNDO COUTO

Das Auto

Redação O Tempo


Publicado em 05 de abril de 2017 | 03:00
 
 
 
normal

No último dia 23 de março, a Volkswagen do Brasil soprou 64 velinhas; é certo que já experimentou tempos mais glamourosos em sua longeva trajetória de vida no Brasil e busca, agora, reviver os tempos áureos.

Apenas para refrescar a memória do leitor, a montadora alemã reinou absoluta no mercado brasileiro por longos 42 anos, liderando, até de certa forma isolada, as vendas de veículos no país. Chegou, mesmo, a deter a metade delas na década de 70, mas não se pode esquecer que entre um dos muitos motivos que levaram à perda dessa citada hegemonia, está a distante, mas com reflexos profundos, criação da Autolatina (associação com a Ford), que dividiu em vez de somar e não deixou boas lembranças.

Por isso tudo, de uns anos a esta parte, a empresa vem passando por profunda reestruturação, sobretudo e principalmente na necessidade de rever e atualizar a linha de produtos. É preciso restabelecer o elo que se perdeu no tempo e que lhe tirou a liderança do mercado brasileiro. Seu modelo de entrada, o compacto Gol, foi por décadas um campeão de vendas, mas foi ultrapassado pela concorrência, e como neste segmento são altos os volumes, uma queda na participação de mercado causa um grande impacto. O preço pago por ter sido líder por tantos anos é alto.

As mudanças internas pelas quais está passando deverão ser percebidas em pouco tempo e terão no lançamento do Novo Polo, no mais tardar no mês de agosto, seu ponto de partida. Primeiro o carro chega com carroceria hatchback e, no próximo ano, ganha a versão sedã. Este último modelo, que receberá o nome de Virtus, será apresentado em setembro durante o Salão de Frankfurt, na Alemanha.

Atrasado em relação á concorrência, o SUV da VW vem aí, mas provavelmente apenas no segundo semestre de 2018. Voltando ao Polo, totalmente renovado, ele retorna ao mercado construído sob uma nova plataforma, denominada de MQB, a mesma da última geração do Golf e também do Audi A3 Sedan, modelos produzidos na planta de São José dos Pinhais.

Este chassi será comum para o Polo, o Virtus, o SUV ainda sem nome, mas que pode ser batizado de Breeze, e também para uma picape, que será menor que a Amarok e maior que a Saveiro, também ainda sem nome oficial. Esta deverá ser produzida na vizinha Argentina, e estima-se que até 2020 todo este novo portfólio de produtos já esteja nas ruas. Em relação ao Gol, muito se especulou que ele ganharia a mesmas mudanças do modelo europeu do Polo e manteria o nome, mas a VW alterou sua estratégia, por enquanto apenas atualizará as linhas desta atual geração do compacto.

Não são poucos os que se lembram do famoso slogan que marcou por algum tempo a imagem da fábrica no Brasil. “Volkswagen. Você conhece, você confia”. Simples e objetiva, a frase é completa e dá a exata dimensão do que representa para o povo e para a economia do país a importância de termos em nosso território a filial de maior importância para a empresa no mundo. E de pensar que tudo começou com investimentos de 100 milhões de cruzeiros, número que à época chegava à beira do estratosférico. A data precisa e que marca o início das atividades da VW no Brasil é o dia 23 de março de 1953.

Ao completar 64 anos no Brasil está para surgir uma nova VW, mais leve, mais enxuta e mais ágil. De certa forma, esse trabalho começa a surtir efeito. O Novo Polo (que promete ser a cereja do bolo no aniversário) e a família que trará a reboque que o diga...

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!