Tendências de mercado

Nas rodas da evolução

Cada vez mais exigentes os consumidores brasileiros acompanham bem de perto o mercado e suas tendências para se decidirem por este ou aquele modelo

Por Raimundo Couto
Publicado em 06 de julho de 2022 | 06:00
 
 
 
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Há alguns anos os modelos “cupê” - aqueles de duas portas, mas com bagageiro ou porta-malas destacado - era a preferência nacional. Não se cogitava comprar automóvel a não ser com este tipo de carroceria. Isto é explicado em parte porque o consumidor brasileiro sofreu forte influência européia em seus hábitos de consumo, em se tratando de veículos.

Enxurrada

Esta tendência perdurou até o começo dos anos 80, quando surgiram opções como o Monza de três volumes, entre outros, que chegaram ao mercado para revolucionar o gosto do brasileiro. Daí para frente tudo foi diferente. Na década seguinte, então, a abertura do comércio que permitiu a entrada dos importados, trouxe a reboque um mundo até então inimaginável aos compradores do já citado Monza, do Santana, Del Rey e assemelhados.

Fauna

Carros de todos os tamanhos, com design dos mais variados e com tecnologia nunca acessível ao brasileiro, fizeram com que as ruas do país - àquela época do começo do governo Collor - mais parecessem uma fauna, tanta a diversidade de marcas e modelos.

Na mão

A farra teve data de vencimento e aos poucos muitos importadores iam deixando pelo caminho milhares de consumidores, órfãos de assistência técnica e peças de reposição.

Caminho sem volta

As maravilhas do primeiro mundo só conseguiam manter em atividade através da canibalização de outros modelos similares. Mas o caminho não teria retorno e a indústria brasileira passou por uma evolução jamais vista na história.

Amadurecimento

A exigência do novo comprador de automóveis estava a cada ano mais consolidada e foi neste momento que passamos a conviver com a democratização da tecnologia. Itens de conforto e segurança foram incorporados aos modelos, independente de seu tamanho ou motorização.

Mudança

Um exemplo da época foi o já descontinuado Mille ELX - nascido para ser popular disponibilizava direção hidráulica, vidros e travas com comandos elétricos e até ar-condicionado. Ainda que pese o fato dos preços destes equipamentos serem altos pela falta da produção em escala, só a possibilidade da oferta, era um grande avanço, ainda mais quando voltamos nos tempos da Brasília e do Fiat 147.

Câmbio automático

Outra evolução nesta seara da tecnologia diz respeito ao câmbio automático. Antes um privilégio dos automóveis de grande porte e hoje acessível em compactos como Fiat Argo, Chevrolet Ônix, Hyundai HB 20 e Renault Sandero e até no VW Gol, por exemplo. Sem falar na exigência que obriga todos os automóveis a saírem da fábrica com a bolsa dupla de ar e sistema de freios dotados de ABS, que impede o travamento das rodas no momento de uma freada brusca.

Preferencia nacional

Agora quem dita regras e a preferência do consumidor são os SUVs, ou os esportivos utilitários, altinhos e que agradam gregos e troianos. E como fazem sucesso, pela primeira vez na história, os SUVs superaram os hatches (compactos, subcompactos e médios) e lideraram as vendas em 2021, com participação de 39,36% na soma do ano conforme o ranking da FENABRAVE (Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores). E não vão parar por ai...

 

 

 

 

 

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