RAIMUNDO COUTO

Teoria da conspiração

Redação O Tempo


Publicado em 27 de setembro de 2017 | 03:00
 
 
 
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E seguem jogando mais lenha na fogueira da especulação que tem como centro das atenções a venda das ações da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para algum grande grupo da indústria automotiva. Dessa vez, é a coreana Hyundai protagonista. Muito se tem comentado sobre o assunto, mas nada de oficial foi divulgado nem do lado montadora supostamente à venda e nem por algum dos possíveis pretendentes a assumir o controle das operações FCA.

A pauta esfriou depois que foram divulgadas informações, não confirmadas nem desmentidas, dando conta que os chineses estariam com o cheque assinado para adquirir parte ou a totalidade do grupo ítalo-americano. Naquela oportunidade, ventilou-se que um megagrupo chinês teria, inclusive, feito uma oferta concreta aos executivos da FCA. Como se não bastasse, teve gente que chegou até mesmo a ver alguns chineses circulando pela fábrica da Fiat, em Betim.

Fazendo um rápido apanhado do que aconteceu até o momento, voltamos ao início deste ano, quando a bola da vez quicava no QG da General Motors. Na ocasião, o que se comentou foi o contato que Sérgio Marchione, CEO da FCA, estabeleceu com altos dirigentes da GM, dourando a pílula e mostrando as vantagens de uma possível compra de uma pela outra. Naquela oportunidade, a possível conclusão do negócio teria as bênçãos do presidente dos EUA, Donald Trump, que veria com bons olhos o fato de a GM tornar-se ainda maior e mais líder. Além de colocar a FCA embaixo de seu guarda-chuva, a compra traria de volta para casa a Chrysler, que nasceu nos EUA e se espalhou pelo mundo. São tantas as especulações, e tão bem engendradas, que chegaram a dizer que o interesse demonstrado pelos chineses recentemente teria sido um balão de ensaio para pressionar a GM a tomar logo uma decisão. Será?

Agora, chegam informações divulgadas por fontes fidedignas da imprensa sul-coreana e italiana de que a Hyundai está cada vez mais próxima da Fiat-Chrysler. Na Coreia do Sul, já se fala até em valores e outros detalhes da negociação que secretamente estaria em curso. Para os dois lados, o ganho com uma fusão seria enorme. Uma união Hyundai-FCA daria ao fabricante sul-coreano a primeira posição mundial como montadora e vendedora de veículos. A estimativa é de 13 milhões de veículos, com base nos 11,5 milhões vendidos pelas duas marcas em 2016. Isso fica bem acima de Volkswagen, Toyota e mesmo da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Para a Hyundai, a primeira posição é uma posição de importância e reconhecimento mundial. Mas, na prática, ter a FCA significaria também resolver alguns problemas importantes. Um deles é a queda nos mercados de EUA e da China, este último por conta de questões diplomáticas. Nesse aspecto, as relações entre Coreia do Sul e EUA estão muito mais próximas devido à crise na península coreana, e, evidentemente, a aquisição de uma das “big three” pela Hyundai seria vista com bons olhos na Casa Branca. 

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