Caixa preta
Ninguém sabe hoje o rombo na Eletrobras, nem os seus gestores. Fala-se em R$ 4 bi, R$ 13 bi e até R$ 47 bi: tudo chute. A auditora KPMG se recusou a assinar o balanço 2014 porque a estatal não contabilizou perdas com a corrupção apontada pela Lava Jato. O que significa que a apuração nem foi feita. Na suspeita do mercado, já expressa em matéria da Bloomberg, o Eletrolão seria ainda maior e mais lesivo que o Petrolão e, por isso, estaria mantido submerso pelas autoridades brasileiras, temerosas das repercussões para o país de dois megaescândalos internacionais seguidos.
Fatura pesada
A estatal que pode liderar o ranking da corrupção está recebendo, junto com empresas do setor, um socorro de R$ 668 milhões por meio de uma MP, já aprovada na Câmara, que também inclui uma conta extra de R$ 3,3 bilhões para consumidores de energia. Outros bilhões ainda deverão ser sugados do Tesouro: a Eletrobras, já suspensa na Bolsa de Nova York, terá que ser capitalizada para sobreviver à fuga de investidores e processos no exterior.
Novo trunfo
O aumento da verba indenizatória dos deputados estaduais, que passou de R$ 20 mil para R$ 27 mil/mês para cada parlamentar, foi um presente para o marketing da Câmara de BH, que extinguiu a benesse ano passado em decisão pioneira no poder legislativo. Com a decisão da ALMG, vereadores tiveram reforçado um poderoso trunfo para suas campanhas de reeleição.
Nós e eles
O presidente da CMBH, Wellington Magalhães, já está usando a decisão da ALMG para turbinar positivamente a imagem do legislativo municipal. A quem foi ao seu gabinete, nos últimos dias, lembrou a verba aumentada dos deputados. E usou um bordão que pretende repetir à exaustão na campanha eleitoral: “Olha a diferença entre nós e eles!”.
E os privilégios?
Qualquer projeto de reforma da Previdência, para ser socialmente justo, tem que rever as aposentadorias especiais que permitem a certas categorias de servidores públicos pendurarem as chuteiras antes dos 50 anos, e com salário integral. As regras precisam ser equânimes para todos.
Empossado
Prefeito de Luminárias, Arthur Amaral, assumiu nesta semana a presidência da Amig, a associação dos municípios mineradores. Vai cumprir o restante do mandato da atual diretoria após a desincompatibilização dos prefeitos que irão disputar reeleição em outubro.
Centro de mesa
Fernando Pimentel se reuniu com Newton Cardoso na quarta-feira, 18. Já no dia seguinte, 19, foi a vez de Antônio Andrade conversar com o ex-governador, completando um esforço conjunto para aparar eventuais pontas soltas no PMDB-MG. Newtão entrou no foco do governo mineiro.
Clube do vinho
Expoente da geração de caciques dos anos 80, o ex-governador andou meio esquecido nos palácios até a semana. Tudo mudou após a posse de Temer e de ministros peemedebistas com os quais compartilhou jantares e vinhos durante anos em Brasília. De repente, Newtão virou amigo do presidente e boa parte do núcleo duro do Planalto.
Stand by
Reuniões ao longo dessa semana na Fiesp indicaram que os empresários permanecem inseguros e ressabiados, sem intenções de investir enquanto o novo governo não se firmar e mostrar serviço.
Amigos na esquerda. A presença do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), ao lado do prefeito de Contagem, Carlin Moura (PCdoB), na inauguração da Maternidade Municipal Juventina Paula de Jesus, ontem, realçou a reaproximação entre o PT e o PCdoB na cidade. No encontro, o governador também subiu o tom ao fazer críticas claramente voltadas à política adotada pelo governo Michel Temer (PMDB).