RICARDO PLOTEK

Coritiba não sabe o que são bons modos

Redação O Tempo


Publicado em 24 de junho de 2017 | 03:00
 
 
 
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Kleber, o Gladiador, com boas passagens por Cruzeiro e Palmeiras, quase se transformou em um grande jogador, mas acabou ficando mesmo como apenas um bom atacante, principalmente por causa de seu comportamento dentro, mas também fora de campo.

De pavio curto, sempre esteve envolto em polêmicas, algumas que nada tem a ver com o futebol, mas que mostram bem quem é.

Em 2012, foi acusado pela mulher, Débora Favarini, de ter dado um soco nela, o que, segundo a própria Débora relatou na ocorrência policial registrada em Porto Alegre, não teria sido a primeira agressão do jogador.

Mais recentemente, no jogo entre Coritiba e Bahia, pela sétima rodada do Brasileiro, Kleber deu cotovelada, soco e cusparada em companheiros de profissão, para, enfim, ser expulso pelo árbitro Wagner Reway, que parecia estar esperando que o Gladiador matasse alguém em campo para excluí-lo da partida.

Mas, como se o comportamento do atleta não tivesse sido suficientemente estúpido, seu clube tentou um efeito suspensivo para que Kleber pudesse voltar a atuar após cumprir a suspensão automática.

O Coritiba deveria ser o primeiro interessado em não ter sua imagem atrelada a esse tipo de atitude, mas parece que o Coxa não se importa com sua imagem, pois, ao tentar livrar seu atleta da punição, corrobora seu feito repulsivo e nojento, para ficar apenas nesses dois adjetivos.

O STJD não concedeu o efeito suspensivo pretendido pelo Coritiba e o atleta ficará fora até ser julgado pelo tribunal, podendo pegar uma pena grande, o que espero, aconteça.

Cadê o marketing do Coritiba, os patrocinadores do Coritiba, os torcedores do Coritiba?

O clube deveria ter se pronunciado oficialmente condenando a ação intolerável de seu atleta, deveria tê-lo punido internamente e deveria ter respeito por quem preza as regras vigentes e a dignidade humana, pois cuspir em uma pessoa, dizem, é pior do que dar um soco nela. Kleber fez os dois.

Mas, me parece que, no Brasil, estamos irremediavelmente perdendo a capacidade de discernir entre o que devemos mostrar a nossos filhos como sendo o que não se deve fazer.

Mudando de assunto, muita gente desceu a lenha no técnico Mano Menezes por ele ter escaldo um time quase todo reserva contra a Ponte Preta. Eu não! Se agiu assim, como confirmou em entrevista nessa sexta-feira, foi pelo fato de não ter opção, pois vários jogadores importantes para o Cruzeiro poderiam arrebentar se não fossem poupados.

Com a fisiologia no estágio atual, é possível saber quais atletas estão mais propensos a iminentes contusões, isso tudo embasado em exames, e não em achismos de quem quer que seja ou em migués de atletas.

Quem critica esse tipo de decisão, primeiro não sabe como se dá a avaliação física em pleno Século XXI, e, segundo, criticaria muito mais se um Thiago Neves, um Robinho estourasse e desfalcasse o time em jogos mais importantes do que nos do já perdido Brasileirão. A Copa do Brasil tá aí.

Não estou, com isso, me eximindo de dizer que a Raposa apresentou um futebol muito ruim em Campinas, pois tem alguns titulares que não estão à altura de sua enorme tradição, quanto mais reservas.

Aí sim é culpa do técnico, que está no clube desde o ano passado e deve ter aprovado a contratação de alguns atletas que não têm a mínima condição de vestir a camisa do Cruzeiro.

Galo. Claro que Roger Machado tem que responder pela instabilidade de seu time no Brasileirão. Mas o que ele precisa responder, se for perguntado nas entrevistas coletivas, que mais parecem uma roda de amigos, é porque Robinho e Rafael Carioca, que não estão jogando nada, não saem do time. Se ele estiver com receio de mexer com os medalhões, é melhor pedir o boné. Treinador, seja bom ou ruim, tem que ser soberano.

Polêmica da semana. O árbitro de vídeo está decidindo os jogos na Copa das Confederações, ainda bem. Alguns criticam, alegando que a dinâmica do jogo fica prejudicada, e é verdade. Mas é melhor a dinâmica ficar prejudicada do que uma Copa do Mundo, por exemplo, ser decidida por um lance irregular. Não adianta, é um caminho sem volta. As adequações virão e será melhor para todo mundo. 

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