RICARDO PLOTEK

Neymar: se não 'guenta', bebe leite!

Redação O Tempo


Publicado em 11 de novembro de 2017 | 03:00
 
 
 
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Sempre tratei Neymar como um gênio com a bola nos pés, e, pela exposição de sua imagem, ele até que quase não arruma confusões fora das quatro linhas, pois é, sem sombra de dúvidas, uma das maiores celebridades do mundo atualmente.

Só que, nessa sexta-feira, ele parece não ter segurado o peso que seu estafe, capitaneado por seu pai, tem colocado em suas costas, pois chorou na entrevista coletiva pós-amistoso da seleção contra o Japão. Só espero que o choro tenha sido sincero!

Foi aquele velho e ultrapassado discurso de que estão inventando notícias. Neymar pediu que parem de publicar coisas que seriam inverdades sobre seu relacionamento no PSG, onde chegou como dono do time, mas parece ter esquecido de combinar com alguns companheiros e com o técnico Unai Emery.

Foi a imprensa que disputou com Cavani, no primeiro jogo de Neymar pelo clube francês, a bola para bater uma falta, tipo jogo de criança?

É a imprensa que leva Neymar para cima e para baixo para participar de trocentos compromissos profissionais por marketing pelo planeta afora, quando ele poderia estar descansando a cabeça e o corpo para suportar o peso de ser um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos?

É a imprensa que divulga fotos de tudo quanto é coisa nas redes sociais – festa de Halloween, passeio de lancha, lindas mulheres acompanhando Neymar –, enfim, desnudando a vida do jogador para quem queira ver?

Mesmo que o choro dele tenha sido sincero, isso não é problema da imprensa, é um problema dele, que ele tem que resolver com quem o cerca.

Será que ele quer continuar sendo um dos melhores jogadores de futebol do mundo, com grandes chances de ser o melhor, ou ele quer ser a maior celebridade do mundo, com o maior número de seguidores em todas as mídias sociais possíveis, e ganhar muito dinheiro com isso, o que é absolutamente legítimo?

Neymar arregou ontem na coletiva! Isso se não foi uma jogada de marketing, que pode ter sido, se houve mesmo, um “tiro no pé”. Usei essa expressão no título de minha coluna neste espaço, há quase quatro anos, justamente sobre Neymar, quando abordei a burrada extrema de Neymar pai ao tentar dar uma de esperto para pagar menos impostos na transferência do jogador para o Barcelona – o que rende e ainda renderá muita dor de cabeça para os dois na Espanha e no Brasil, onde estão sendo interpelados a dar explicações sobre o assunto.

Talvez isso também esteja tirando o sossego de Neymar, que, não nos esqueçamos, tem apenas 25 anos.

Ronaldinho Gaúcho também abriu mão de ser um atleta para curtir a vida, mas já tinha vencido uma Copa do Mundo, em 2002, e sido duas vezes o melhor do mundo. E ele ainda foi protagonista no maior título de um clube que tem uma das torcidas mais apaixonadas do mundo. É ídolo no Galo e sempre será.

O que Neymar, seu pai, Tite, o estafe do jogador e os auxiliares do técnico da seleção precisam é se preocupar, pois a Copa é daqui a sete meses.

Ao PSG, um velho ditado: “Quem pariu Mateus que o embale”!

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