RICARDO PLOTEK

O melhor da Libertadores, com competência e sorte

Redação O Tempo


Publicado em 27 de maio de 2017 | 03:00
 
 
 
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Na última rodada da fase de grupos da Libertadores, a sorte abraçou o Atlético, um time que está em franca evolução, apesar dos tropeços nas duas primeiras rodadas do Brasileiro e do revés na estreia pela Copa do Brasil.

A improvável derrota do River Plate, na Argentina, diante dos colombianos do Independiente Medellín, quando os donos da casa precisavam só de um empate para garantir o primeiro lugar geral na fase de grupos e a vantagem de decidir em Buenos Aires todos os mata-matas futuros, é mais ou menos como aquela defesa do Cássio, nas quartas de final da Libertadores de 2012, em um chute cara a cara de Diego Souza – então no Vasco –, que, muito provavelmente, eliminaria o Corinthians, que viria a ser o campeão da Libertadores e do Mundial da Fifa.

Claro que ainda é cedo, mas a Massa adora essas coisas místicas, improváveis, que parecem conspirar a favor do Galo. Foi assim em 2013! 

Em uma Libertadores sem nenhum bicho-papão e sem o Boca, como esta, decidir em casa nos play-offs é uma vantagem e tanto, ainda mais para o Atlético, um dos poucos clubes do mundo que realmente tem um 12º jogador.

Precisa jogar no Mineirão, mesmo com toda a aura do Horto e as lembranças de quatro anos atrás.

A chegada de Valdívia dá mais uma ótima opção ao técnico Roger Machado para o setor que é o cérebro de toda equipe, o meio-campo. Ninguém se esquece de jogar bola, e o cara joga muito mesmo, mas, para se ter uma ideia, vai ter que brigar para ser titular.
Senão, vejamos: Elias e Rafael Carioca são absolutos como volantes. E ainda tem o Adilson quando for necessário um time mais fechadinho. Otero hoje não sai e Cazares, se tiver a fim, também faz a diferença. Fred e Robinho são indiscutíveis, mas não são mais garotos. Fora o Luan, xodó da Massa, quando voltar.

A defesa é sólida, mas com Leonardo Silva. Os laterais são bons, bem mais o esquerdo, e o goleiro dispensa apresentações.
Mas uma coisa pode atrapalhar o Galo: a Libertadores bem maior neste ano, indo quase até o fim da temporada e com jogos muito espaçados. Pode perder o embalo. Ou o azar de pegar o The Strongest pela frente, tendo que jogar em La Paz, a mais de 3.600 m do nível do mar, algo que a Fifa só proibirá quando um atleta morrer em campo. Emoção de sobra, e o sorteio de 14 de junho pode ser a confirmação de que a maré do Galo continua subindo.

Para quem não está sabendo, neste ano, além de maior e com mais clubes, a Libertadores tem outra grande novidade: o cruzamento das oitavas de final será sorteado, assim como o chaveamento até a decisão. Antes era o primeiro da primeira fase contra o 16º, e assim sucessivamente.

Outra coisa que não tem mais nesta edição é a troca de adversário na semifinal para se evitar uma decisão entre times do mesmo país. Será o que tiver que ser!

Só acho que o Atlético precisa de um zagueiro de alto nível para ficar na reserva e, até quem sabe, ser titular no lugar do veteraníssimo Leonardo Silva, para quem a parte física deve pesar, ou do ainda em formação Gabriel, que está jogando em pé e melhorou muito nos últimos jogos, mas...Tecnicamente, Erazo é mais jogador do que Felipe Santana, mas pisou feio na bola fora de camp, e acho que ainda está recebendo um tremendo puxão de orelha do clube, e com toda a razão. Em 2017, não adianta o cara achar que a vida privada não é da conta dos outros. Tem que ter postura de HOMEM, e não pela força física e financeira, mas pela compostura social.

 

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