RICARDO SAPIA

2019 vem aí! Com ou sem mudanças

A esperança de um Brasil melhor se renova nesta virada de ano


Publicado em 28 de dezembro de 2018 | 03:00
 
 
 
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O ano de 2018 acabou, e 2019 está chegando em algumas poucas horas. Expectativa? Mudanças? Será?

Vamos lá: no início do ano de 2018, ninguém conhecia Romeu Zema, e ele virou governador de Minas Gerais. Bolsonaro era um deputado de oposição ao governo do PT, no ano de 2017 foi candidato à presidência da Câmara dos Deputados e obteve apenas seis votos – e virou presidente da República. A seleção brasileira era a favorita para ganhar a Copa do Mundo na Rússia, ganhou a França. João de Deus era um médium famoso que atendia no interior de Goiás e foi preso por praticar crimes sexuais com as “pacientes”. O ex-presidente Lula fazia campanha pelo país – foi condenado e preso por corrupção e vai passar o Ano-Novo atrás das grades. Os caminhoneiros conseguiram parar o país em um movimento jamais visto. Kim Jong-un apertou a mão de Donald Trump, e Pabllo Vittar foi eleita a 12ª “mulher” mais sexy do Brasil.

Todos esses fatos citados acima eram impensáveis ou inimagináveis na virada do ano passado.

O que podemos ter certeza em 2019? Que o “Hotel do Tio Nelsinho” vai continuar sendo o presídio-alegria dos marginais lá encarcerados, que a passagem de ônibus em Belo Horizonte estará mais cara, que as redes sociais continuarão a espalhar fake news, que os “machões de plantão” continuarão a agredir e matar as mulheres, que o América vai disputar a série B do Campeonato Brasileiro e que o Palmeiras não tem Mundial.

A esperança de um Brasil melhor se renova nesta virada de ano. Mais emprego, menos violência, educação para todos (com ou sem partido), saúde de qualidade e políticos engajados nos problemas das comunidades é o que todo cidadão brasileiro quer, mas daí a virar realidade é outra história.

A cinco dias de entregar o comando do país para Jair Bolsonaro (PSL), o presidente da República, Michel Temer (MDB), publicou nessa quinta-feira um decreto que institui o PNSP, Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, programa que prevê uma série de metas para reduzir a violência no país.

O texto estabelece 15 objetivos na área da segurança, como a redução de homicídios, o combate ao crime organizado, o fortalecimento do papel dos municípios na prevenção ao crime, o aprimoramento do sistema prisional, a valorização de profissionais da segurança e o controle de fronteiras, portos e aeroportos, entre outros.

Desde o governo Fernando Henrique Cardoso, todos os outros ex-presidentes criaram esses planos que nunca saíram do papel, e o Brasil hoje ostenta a amarga quarta posição entre os países mais violentos do mundo, perdendo apenas para Honduras, Venezuela e Colômbia.

De qualquer forma vamos começar o ano acreditando. Que venha 2019.

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