Há três décadas, as mulheres vêm ajudando a construir e a transformar o nosso Rotary.
A história da admissão da mulher no Rotary é mais um dos episódios da longa luta feminina pelo direito de, mais do que estar em todos os espaços da sociedade, ter voz neles. Fundada nos Estados Unidos, em 1905, como uma organização exclusivamente masculina, assim o Rotary optou por permanecer pelos 84 anos seguintes.
Em 1911, enfrentando a resistência da Associação Nacional de Rotary Clubs, um grupo de mulheres atuantes em vários ramos de negócios formou um Rotary Club feminino na cidade norte-americana de Minneapolis. No ano seguinte, na Convenção do Rotary, Ida Buel discursou sobre o papel do Rotary Club feminino existente em sua cidade, Duluth, e buscou apoio para a expansão dos clubes compostos por mulheres. Prevaleceu, no entanto, a decisão dos rotarianos contrários à ideia de aceitá-las na organização.
Em 1921, Alwilda Harvey, casada com o então presidente do Rotary Club de Chicago, também nos Estados Unidos, formou o comitê Mulheres do Rotary, composto por 59 esposas de rotarianos e rejeitado pelo Conselho Diretor do Rotary International. O comitê foi então rebatizado como “Mulheres do Rotary Club de Chicago”. Dois anos mais tarde, em Manchester, na Inglaterra, 27 mulheres de rotarianos criaram uma associação que, em 1924, viria a se chamar Inner Wheel, existente até hoje.
Naquela época, no Brasil, era raro que mulheres fossem admitidas, mesmo como convidadas, nos eventos do Rotary. Na década seguinte, Eugenia Hamann, mulher de um associado ao Rotary Club do Rio de Janeiro e muito ligada à assistência social e ao feminismo, teve publicadas em “Rotary Brasileiro’, como nossa revista então se chamava, duas contundentes cartas abertas, nas quais questiona a exclusão das mulheres.
É no fim dos anos 30 que surge em Bauru (SP) a primeira Associação de Senhoras de Rotarianos, iniciativa exclusivamente brasileira. Elas começavam a se organizar para ter mais poder de ação, mas ainda levaria tempo até que tivessem voz ativa no Rotary.
A luta continuaria pelas décadas seguintes. Em 1978, depois de admitir três mulheres, o Rotary Club de Duarte, nos Estados Unidos, foi suspenso pelo Rotary International. O imbróglio chegou à Justiça, e, em 1987, por unanimidade, a Suprema Corte norte-americana decidiu em favor da admissão das mulheres. Com isso, no Conselho de Legislação de 1989, a palavra “homem” foi eliminada dos documentos estatutários da organização.
Primeira mulher a se associar ao Rotary na América Latina, Emma Hildinger nos relembrou sua história na edição da “Revista Rotary Brasil” de agosto de 2017. Por relatos tecidos a partir de entrevistas, é possível conhecer a trajetória e o pensamento de outras quatro mulheres, que, de formas diversas, vêm desempenhando algum tipo de pioneirismo no Rotary.
Leia a matéria na íntegra na edição de dezembro da “Revista Rotary Brasil”. Texto extraído do site.