Gastronomia

Comida de museu

Redação O Tempo

Por Renato Quintino
Publicado em 08 de agosto de 2015 | 03:00
 
 
 
normal

Hoje, museus em todo o mundo especializam seus restaurantes, contratam serviços de chefs de renome e se tornam referência em gastronomia nas grandes cidades. O mesmo vale para algumas livrarias, haja vista o sucesso do excelente Manioca, da chef Helena Rizzo, dentro da Livraria Cultura no shopping Iguatemi, em São Paulo.

O mais comentado no momento é o badalado Whitney Museum, em Nova York, que mudou do sofisticado Upper East Side para o descolado Meatpacking District. O Untitled é o segundo restaurante de um dos maiores museus da cidade – o Moma é o outro –, que escolheu Danny Meier para administrá-lo. Meier parece interessado no conceito de “art food”, desenvolvendo comida mais ousada e estilizada para um público menos conservador.

Museus de arte contemporânea têm seu conceito a busca por um público com gosto mais livre. A escultura de Charles Ray de um Huck Finn e Jim em nu frontal (Mark Twain para o século XXI) em frente ao restaurante já preconiza as surpresas do cardápio, sintonizado com a arquitetura de vidro de Renzo Piano.

Em Lima, as ruínas de Huacla Pucllana, no distrito de Miraflores – e com 1.500 anos de idade –, sedia um restaurante elogiado e disputado para festas e comemorações pelos limenhos.

O café e restaurante do Mate (Museu Mário Testino) faz jus ao trabalho celebrado do maior fotógrafo peruano, e, por sua vez, o imperdível Museu Larco, de arte pré-colombiana, tem restaurante sofisticado e bem montado, com preços razoáveis e bem cotado na cidade.

O restaurante do Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, serve comida a bom preço, num ambiente com arquitetura modernista e vista para o jardim, com obras de escultores como Amilcar de Castro. O Museu de Arte do Rio (MAR) idem, com inspiração brasileira em seu restaurante Mauá.

Amsterdã investe com ímpeto no assunto: os restaurantes dos museus Rijksmuseum e o Stedelijk Museum são ótimos e bem montados. Uma boa supresa na cidade é a sede da Concertgebouw, que oferece como cortesia, antes dos concertos e nos intervalos, espumante, vinhos branco e tinto e pequenos snacks.

A lista de boa comida em museus em todo o mundo é grande. Em Miami, come-se bem no excelente Perez Art Museum, no restaurante da Modern Tate, em Londres (com direito à vista da cidade), e no Georges, no último andar do Center Georges Pompidou, em Paris.
Comer bem em um ambiente que une cultura, arquitetura e livrarias é uma das facetas, hoje, da boa gastronomia. O sucesso dos restaurantes no CCBB em BH mostra que o público belo-horizontino apoia a ideia.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!