A Faculdade de Medicina da UFMG está promovendo campanha para a doação de corpos – e não apenas de órgãos – após a morte.
O lema não podia falar melhor a nossos corações: “Eu posso fazer mais pela vida, mesmo após a morte”, acompanhada do lindo texto de Karel Robitansky (1876) dirigido “Ao cadáver, respeito e agradecimento: ... o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade...”.
Há um mês, meu marido e eu nos inscrevemos e estamos providenciando cópias dos documentos para nossos familiares, médicos e advogado. Sentimos, com Carlos Drummond de Andrade, “Sentimento do mundo”. Ou até mais que isso, sentimos que fazemos parte, pequena parte, da imensa corrente de seres humanos que começou lá atrás, há anos, e poderá prosseguir, se os humanos tomarem juízo...
No momento em que fomos recebidos pelos pesquisadores responsáveis, Humberto José Alves (professor adjunto do Departamento de Anatomia e Imagem e atualmente vice-diretor da faculdade) e Gabriela Zamunaro Lopes Ruiz (acadêmica do curso de medicina), obtivemos todas as informações sobre o procedimento seguido e estávamos acompanhados de mais três senhoras: sempre que possível, eles preferem fazer a preleção em grupo, o que estimula ainda mais a pessoa doadora por se sentir fazendo parte de um coletivo voltado para o bem-estar da humanidade no futuro. Gabriela está também coletando dados para que, um dia, possam ser divulgados os perfis dos doadores e, assim, seja possível realizar pesquisas de alta valia na sociologia e outros ramos do conhecimento.
Ficamos por eles sabendo que, apesar de já existirem manequins e elementos de alta tecnologia disponíveis para a formação do aluno, nada supera o contato direto com o cadáver, que serve para familiarizar os futuros médicos com um elemento indissociável de sua profissão, ou seja, a morte.
Qualquer pessoa maior de 18 anos pode doar; menores de 18 anos com o consentimento da família; e após a morte se houver decisão da família. A doação do corpo não impede a retirada prévia de órgão que possa ser imediatamente transplantado.
O procedimento para a doação é muito simples: agendar uma entrevista por telefone (31) 3409-9632 ou pessoalmente procurar a diretoria da faculdade, na avenida Alfredo Balena, 190, bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte (MG). Não há gasto algum, exceto o deslocamento da pessoa para lá, onde receberá a atenção (e que atenção!), a papelada toda, inclusive a carteirinha que você terá de trazer consigo sempre, daí para a frente. Só não será possível a doação se a causa da morte for criminosa.
Já comuniquei a meus três filhos e espero que todos concordem com minha última vontade. Proibido mesmo é querer velar meu corpo no plenário da Assembleia Legislativa ou da Câmara dos Deputados.
Quero que meu corpo, tão estragado por mim mesma, possa ajudar outras gerações a não seguir meus maus hábitos e que respeitem mais o planeta Terra e a vida. Quem quiser rezar, orar ou pedir a seu Deus por mim, que o faça no segredo de seu coração. Assim, estarei com todos, tenho certeza.
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