Serginho do vôlei

Equipes masculina e feminina têm força para fazer bonito em Tóquio

As seleções brasileiras foram sensacionais antes do maior evento esportivo do planeta

Por Serginho do Vôlei
Publicado em 03 de julho de 2021 | 03:00
 
 
 
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Essa é a típica coluna que só um ex-atleta pode escrever. Aquela que contém informações e opiniões dos bastidores. Papo de grupo de WhatsApp que não pode vazar. Por aqui, cito o milagre mas não conto o nome do santo. E foi assim que começou a conversa quando veio à tona o caso de covid do técnico da seleção brasileira masculina, Renan. “Nossa,  esse Schwanke, auxiliar técnico da seleção, é horroroso.” Nunca foi meu técnico e não jogamos juntos. Parecia um tanto quanto unânime a posição dos atletas que o conheciam. E o papo continuou nesse nível. A orelha do treinador interino estava pegando fogo. 

E lá foi o Brasil de Wallace, Leal e Schwanke, sim, de Schwanke. Um passo de cada vez, poupando aqui, testando ali. Evoluindo juntamente com o grupo. Time coeso. TIME maiúsculo que abraçou o recém-promovido treinador. Elenco muito experiente que não joga sozinho e precisa, sim, de um norte do comandante do barco. 

Torneio longo, cansativo e preparatório. A soma do que o coletivo pode produzir é muito maior do que nomes isolados. Grupo ganha jogo, sim.
Mais uma vez deu Brasil. Podemos dizer que o Brasil é o país do voleibol?

Não conto em uma mão quantas vezes presenciei ou ouvi atletas tentando derrubar técnicos no vôlei. O movimento geralmente abraça quem não se encontrou em 90% dos casos no vôlei.  E assim foi mais uma vez, resultado positivo novamente.

Acompanhei os jogos-chave e, consequentemente, mais emocionantes. Acreditava pouco que dois jogadores de força nas pontas poderiam render sem um ponteiro passador nato ao lado. O Brasil foi campeão olímpico no Rio com Lucarelli e Lipe passando - inimaginável. Na Liga das Nações, a composição da linha de passe com o mesmo Lucarelli e também Leal brilhou. Méritos também para o líbero Thalles, que está jogando o fino da bola. Ponto para a comissão técnica que acreditou e ainda tem no banco peças que podem mudar o estilo de jogo, voltando ao tradicional estilo com um atacante de força e um passador para equilibrar a recepção. 

O Brasil sobrou na Liga da Nações e venceu com méritos. Era um teste, sim. Podendo escolher entre ganhar ou perder, que o ganhar seja prioridade mesmo em período de “teste”. Foi bonito de ver, time com sangue nos olhos em todas as ações. Deu até saudade de jogar uma final.
Acredito que temos força para fazer um excelente trabalho em Tóquio e chegar na ponta na quadra e na praia. As seleções masculina e feminina foram sensacionais no último desafio antes do maior evento esportivo do planeta.

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