SILVANA MASCAGNA

A incrível e enigmática saga de Floriano

Redação O Tempo


Publicado em 24 de agosto de 2016 | 03:00
 
 
 
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Floriano saiu de casa, em Santa Tereza, às 14h da última quinta-feira, e só foi encontrado às 2h da madrugada já de sexta-feira, no Palmares. Para quem não é íntimo da geografia de Belo Horizonte, cerca de oito quilômetros separam os dois bairros, segundo o Google Maps, num trajeto feito de carro.

Atlético e bom corredor, Floriano fez um caminho muito mais longo. Há relatos – e fotos como prova – de que ele ficou um tempo na Silviano Brandão, entrou no hospital São Camilo e até encontrou um moço que tentou colocá-lo em lugar seguro. Sem sucesso, deu água para ele e o deixou onde o encontrou.

Dali, Floriano então teria rumado para a Jacuí e, no bairro Renascença, chegou a ser resgatado por uma moça, que o levou para a casa dela. Lá, bebeu água, comeu ração e até passou por uma consulta veterinária. Mas... deu no pé quando o dia ainda estava claro.

Foi, então, visto por outra moça por volta das 21h30, já no Palmares. Só foi resgatado mesmo pelo dono de um bar, que nessas alturas já sabia se tratar do famoso fujão Floriano, à 1h30 da madrugada. E Floriano tentou fugir mais uma vez.

Afinal, aquele era o dia da maldade: “Dia de largar essa vida pequeno-burguesa e cair no mundo; de fugir de casa e enlouquecer Fernanda e Lucas e fazer eles chorarem que nem criança; de deixar o pedreiro que esqueceu o portão aberto morrer de culpa; de fazer tia Sil deixar o Paco sozinho pra me procurar até tarde da noite; de ter mais de mil compartilhamentos no Facebook com pedidos de ajuda para me encontrar e ficar famoso; de mobilizar até quem não me conhecia pelos bairros próximos do Santa Tereza, quando eu já estava bem longe dali; dia de fazer inveja pro Paco, aquele filhinho da mamãe; de gente acender vela e fazer mantra pra me achar; de ser resgatado, comer, beber e depois fugir; dia de comer cigarro de palha e depois vomitar; de beber água suja; de perder a coleira; dia de cheirar muitas bundas de cachorro por aí; de correr o risco de pegar pulga, carrapato e me sujar todo; dia de dar um rolé pelas ruas tudo, porque nóis é vida lôca, véi”.

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