Eberval, 74, baiano, de Canavieiras, considerado um dos melhores laterais-esquerdos que jogaram no Villa Nova e no futebol mineiro. Começou no Rio de Janeiro defendendo o Olaria e depois veio para Nova Lima, reforçando o Leão em 1964. Os pontas não faziam festa para o seu lado.

Ele encarava nada menos que Buião, do Atlético, e Natal, do Cruzeiro, e se dava bem. Seu futebol chamou atenção dos considerados grandes do futebol brasileiro, tanto que em 1968 foi negociado com o Vasco, juntamente com o zagueiro Moacir e o ponta Raimundinho. Eberval não dava espaço para Cafuringa e Wilton, do Fluminense, nem para Rogério, do Botafogo, e Doval, do Flamengo. O lateral não ficava só na marcação, era um verdadeiro ala e cobrava faltas e pênaltis.

Eberval estava em campo no Maracanã no dia em que Pelé marcou seu milésimo gol. Ele lamenta não ter disputado a Copa do Mundo do México de 1970. O nome dele estava na lista dos 40 pré-selecionados. “Não fui relacionado para o Mundial no México porque no clássico contra o Fluminense o Oliveira me deu um soco no ‘estômago’, e eu dei um soco no rosto dele. Fui expulso, e o tribunal me deu uma suspensão de cinco jogos. Assim, perdi a vaga para o Marco Antônio”, conta.

Prestigiado. Eberval foi campeão carioca em 1970 pelo Vasco. Ele jogou também no Corinthians, sob o comando de Iustrich, e defendeu ainda Santa Cruz e América. O Villa Nova foi seu último clube. O técnico Lito o sacou do time. Assim que ficou sabendo disso, o presidente Sebastião Fabiano falou com o roupeiro Rui para que desse o material para Eberval jogar. Com isso, Lito pediu demissão. Eberval jogou, e o Leão goleou o América por 4 a 0.

Elogia Fábio Santos e se compara a Marcelo

O ex-lateral Eberval mora atualmente em Nova Lima, onde é proprietário de um bar. Lá o assunto principal, claro, é o futebol. 

Eberval jogou com nomes inesquecíveis, como Tostão, Buglê, Andrada, Silva Batuta, Moacir, Brito, Gilson Nunes, Paulinho Cai-Cai, Dias Meio Quilo, Jurandy, Totonho, Moacir, Raimundinho, Vaguinho, Baldock, dentre outros.

Trabalhou com vários treinadores e lembra com carinho de Yustrich, Lito, Anísio Clemente, Tim, Paulinho de Almeida, Pinga, Evaristo de Macedo, Célio de Souza e Duque.

Falando dos dias atuais, Eberval considera Fábio Santos, do Atlético, o melhor lateral-esquerdo em atividade no Brasil. Ele comenta também que Marcelo, do Real Madrid, tem o futebol parecido com o que jogava em sua época.