Humberto Ramos, 68, tinha todas as qualidades de um armador: visão de jogo, inteligência, habilidade, condicionamento físico, controle de bola. Para Dadá Maravilha, “95% do gol” que ele fez contra o Botafogo na conquista do título do Campeonato Brasileiro de 1971 pertencem a Humberto Ramos. Segundo o Rei Dadá, Humberto Ramos está na galeria dos melhores jogadores que já vestiram a camisa do Atlético.
Foram 110 jogos e 12 gols marcados pelo jogador, que depois se tornou treinador do Galo. O técnico Telê Santana dizia que Humberto Ramos foi um dos atletas mais importantes do Atlético naquela campanha vitoriosa de 1971. Humberto era dos mais jovens do grupo e participou de 22 dos 27 jogos, marcando dois gols.
Pelé, Gérson... Humberto lembra que o Galo não estava entre os favoritos para conquistar o título, já que o Santos tinha Pelé, Edu e Clodoaldo, enquanto Jairzinho estava no Botafogo, Leão, Dudu e Ademir da Guia, no Palmeiras, e Gérson, no São Paulo.
Existia um bom relacionamento entre todos no grupo atleticano. Pedrilho o chamava de Totó Ramos. Assim era a família Telê. O título de 1971 foi a maior alegria de Humberto no futebol. O Cruzeiro tentou sua contratação, mas seu pai, Alcides Silva Ramos, atleticano, ligou para o diretor Said Paulo Arges, já que seu filho não estava sendo aproveitado pelo treinador Dequinha, e não demorou muito: Barbatana assumiu e colocou Humberto Ramos no time, sendo campeão juvenil de 1969/70. Em seguida, veio o título do Brasileiro de 71.
Humberto Ramos teve grande concorrência na sua posição, por isso ele não reclama de não ter jogado na seleção brasileira.
Vice-campeão como técnico atleticano
Além do Atlético, Humberto Ramos defendeu Grêmio, América-RN, Vila Nova-GO, Colorado e Coritiba. Ele parou em 1984, atuando pelo Valério.
A primeira experiência como treinador foi justamente no comando do Atlético, no ano de 1999, substituindo Dario Pereyra durante o Campeonato Brasileiro. O Galo decidiu o título com o Corinthians e foi vice-campeão.
A carreira de Humberto Ramos como treinador não decolou porque ele achava que sabia discutir contrato e que não precisava de empresário. Não tinha jogo de cintura para se sujeitar ao que achava que não era certo. Faltou paciência ao ex-jogador.
Humberto também trabalhou no Atlético como coordenador de futebol. Ele se orgulha de fazer parte da história alvinegra.