O presidente Afonso Paulino deu poderes ao diretor Marcelo Guzella, e o Atlético investiu em jogadores consagrados como Luiz Carlos Winck, Adilson Batista, Renato Gaúcho, Neto e Gaúcho. A famosa Selegalo deu certo apenas no sonho dos atleticanos. O time acreditava que ia ganhar títulos, o que acabou não acontecendo e frustrou a torcida e a diretoria. A equipe foi um fracasso, parecia o céu cheio de estrelas, mas ninguém marcava. O zagueiro uruguaio Kanapkis foi uma piada de mal gosto e ajudou Ronaldo virar fenômeno e se tornar conhecido.
O meia Darci, hoje aos 51 anos, conseguiu se salvar e fez carreira no Galo, com destaque, disputando 71 jogos e marcando nove gols. Ele foi campeão mineiro pelo clube em 1995.
Antes de jogar no Atlético, Darci passou por Esportivo-RS, Grêmio, Rio Branco de Americana e Santos. Conversei com Darci, que me falou: “O clube é top. A torcida é fantástica. Foi o único clube que me chamou a atenção. Torcida cantando o hino em todos os jogos. Foi o hino que aprendi, de tanto ouvir. Em 1995, quando conquistamos o Campeonato Mineiro, eu fui escolhido o melhor da posição. O Atlético me proporcionou ser convocado para a seleção brasileira.” E Darci disse mais: O gaúcho se identifica com o mineiro por ser raçudo, como gosta o torcedor do Galo.”
Amizades. Darci não esquece a comida mineira, principalmente o feijão tropeiro. Ele deixou amigos em Belo Horizonte, como os irmãos Renato e Marcelo Schettino, atleticanos fanáticos. O ex-meia disse que seu melhor amigo no futebol é Luiz Eduardo, com quem jogou no Atlético e no Grêmio. Ele cita também seus melhores treinadores: Levir, Felipão, Luxemburgo, Murici e Joel Santana.
FOTO: fotos reprodução/arquivo pessoal |
Darci tem hoje 51 anos e possui uma escolinha do Grêmio de formação de jogadores |
Para Darci, o Atlético de 2017 é bem diferente da Selegalo. “O time vai engrenar, o time é bom e vai brigar na parte de cima da tabela”, aposta o ex-meia.
Em seus tempos de Grêmio, Darci recebeu um apelido nada bacana. Em um jogo contra o Palmeiras, em São Paulo, na temporada de 1989, o meio-campista acabou atingindo o maxilar do atacante Mirandinha. Por isso, ficou conhecido com Coice de Mula.
Com o tempo, Darci acabar com essa fama de violento, e foi contratado pelo próprio Palmeiras.
Atualmente, Darci trabalha administrando a carreira de vários jogadores e possui uma escolinha de formação de atletas, em convênio com o Grêmio, na cidade de Campina das Missões, no interior do Rio Grande do Sul. Seu filho Tiago, de 18 anos, não quis jogar futebol e optou pelos estudos.