SUPER HISTÓRIAS

Um campeão bom de bola

Redação O Tempo


Publicado em 19 de fevereiro de 2017 | 03:00
 
 
 
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O mineiro Roberto Hermont Arantes, mais conhecido como Beto, hoje com 70 anos, atuou pelo Atlético no final da década de 1960 e início dos anos 70. Ele, que vestiu a camisa do time alvinegro 142 vezes, está entre os jogadores que foram homenageados por artistas brasileiros e viu seu nome virar título de música.

O compositor Sérgio Ricardo estava no Maracanã assistindo ao jogo Botafogo e Atlético – a equipe mineira perdia por 4 a 0. No segundo tempo da partida, Beto substituiu Laci, seu companheiro de time, e marcou um dos gols que ajudou o Galo a arrancar o empate – os demais foram feitos por Buião, Tião e Edgar Maia.

A atuação de Beto em campo chamou a atenção de Sérgio Ricardo, que foi ao hotel conhecer o atleta do Galo e, logo após esse encontro, compôs a música “Beto Bom de Bola”.

Natural de Itajubá, no Sul de Minas, Beto começou a trilhar seu caminho no esporte como jogador de futebol de salão. Para muitos, era um craque. “Beto era o Pelé das quadras”, disse Rooswelt, ex-goleiro do Clube dos Viajantes.

O atleta mineiro deixou o futebol de salão, mas levou consigo e para os gramados a habilidade, o drible curto, a rapidez e a tabelinha. Assinou seu primeiro contrato como jogador profissional em 1967.

Durante sua carreira, trabalhou com vários treinadores, como Gerson dos Santos, Barbatana e Telê Santana. Admirava Yustrich, que impunha respeito, e também Ayrton Moreira – com Beto, Wanderley, Laci e Lola, o então treinador tentou reeditar no Atlético o esquema de jogo vitorioso que tinha montado no Cruzeiro com Piazza, Dirceu Lopes, Zé Carlos e Tostão.

Beto “Bom de Bola” participou de 142 jogos com a camisa do Atlético e marcou 29 gols. Ele esteve presente nas conquistas do Campeonato Mineiro de 1970, do Brasileiro de 1971 e da Taça BH de 1972. Ele sempre fala que poderia jogar hoje desde que tivesse uma boa forma física – segundo ele, no futebol atual isso conta mais do que a técnica.

Ele não se esquece do lateral Humberto Monteiro querendo saber “onde ficava a praia de Belo Horizonte”. Pregou uma peça no ponteiro Tião: contratou um mecânico que retirou o motor do Fusca do companheiro, que só tomou conhecimento do fato quando foi sair com o carro.

Despedida

Beto tomou a decisão de pendurar as chuteiras quando a diretoria do Atlético tentou fazer uma troca com o Villa Nova – na proposta, Beto iria para o clube de Nova Lima, e Pirulito, para o Galo.

Sentiu, então, que era hora de voltar aos estudos. Foi aprovado em concurso, passou no vestibular e cursou engenharia civil.

Casou-se com Norma, com quem teve três filhos: Betinho, que é professor de futebol de salão; Fernanda, que é psicóloga; e Flávio, que joga futebol de salão há 13 anos no Qatar.

Aposentado, Beto “Bom de Bola” foi diretor de futebol do Atlético em 2006 e, atualmente, faz parte da diretoria da Associação de Garantia ao Atleta Profissional do Estado de Minas Gerais (Agap-MG) e presidente do Conselho do Clube Recreativo Mineiro.

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