SUPER HISTÓRIAS

Um saco de dinheiro vivo para contratar o zagueirão Celton

Redação O Tempo

Por Wilson José
Publicado em 04 de março de 2018 | 03:00
 
 
 
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Celton, 72, criado no conjunto IAPI, na região da Lagoinha, em Belo Horizonte, jogou ao lado de Tostão, entre outros jogadores que fizeram história no Cruzeiro. Mas, antes, começou no Atlético, tendo como treinador Wilson de Oliveira. Bom porte físico, implacável na marcação, muito bom no jogo aéreo. Com essas virtudes, os dirigentes Felício Brandi e Carmine Furletti foram até a casa do zagueiro e chegaram com dinheiro vivo: Cr$ 5.000, tudo em nota de Cr$ 1.

Eu disse 5 mil cruzeiros em nota de 1. Isso mesmo. Essa história o próprio Celton confirmou, recentemente, em uma entrevista que ele me deu no programa Super Histórias no rádio, na Super Notícia FM.

A família de Celton nem o próprio jogador nunca tinham visto tanto dinheiro assim. Então, o zagueirão aceitou trocar de clube. Os vizinhos dele, a maioria de atleticanos, não gostaram da “traição”, principalmente depois da goleada de 4 a 0 que o Galo sofreu pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Celton, então, passou a ser ofendido.

Quando formou zaga com Procópio no time do Cruzeiro, ele participou do grupo campeão da Taça Brasil de 1966. Celton esteve presente também no primeiro jogo amistoso noturno entre clubes no Mineirão, quando o Cruzeiro derrotou o Villa Nova por 3 a 1. Dalmar, João José e Batista fizeram os gols do Cruzeiro, e Neto descontou.

No Araxá. A concorrência aumentou com a chegada de Perfumo, e o Cruzeiro emprestou Celton para o Araxá. No Mineiro de 1968, o Ganso fez uma bela campanha com Celton jogando muito ao lado de Salton, Agnaldo, Eduardo, Nato, Spencer e Geraldinho. Depois, Celton vestiu as camisas de Londrina e União Bandeirantes.

Após retornar à Toca, foi negociado com o futebol português. Em Portugal, defendeu o Gil Vicente por duas temporadas e trocou de “camisola” indo jogar no Vitória de Guimarães. Lá também defendeu o Passos Ferreira e o Penafiel. Por seu perfil de líder, Celton foi capitão em todos os clubes em que jogou.

Ele conta quais eram os dois atacantes mais difíceis de serem marcados: Dadá, pela velocidade, o obrigava a chegar mais forte na marcação; Evaldo, jogador moderno e de muita movimentação, dificultava a vida de qualquer zagueiro.

Aposentado, Celton vive tranquilo hoje ao lado da esposa, Maria José, e dos netos, filhos de Celtinho, André e Cristiano, que chegou a jogar no Valério e também no futebol português.

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