Zé Maurício, 70, goleiro muito regular, dedicado, bom de grupo, tinha a confiança dos companheiros e foi líder nos clubes que defendeu. Ele costumava assistir aos jogos dos adversários para saber como se colocavam os atacantes que iria enfrentar. Sua principal virtude: saída do gol.
O goleiro começou no juvenil do Atlético em 1968, passou por Sete de Setembro e Cruzeiro. Cumpriu estágio e foi defender o Galo. Mas se tornou profissional no Acesita, do Vale do Aço, tendo disputado o Campeonato Mineiro, e depois se transferiu para o Tupi.
Passou por inúmeros clubes. A melhor fase foi no Villa Nova, no período entre 1974 e 77, quando o presidente do América, Ilânio Starling, e o diretor de futebol Ferdinando Cardoso o trouxeram para Belo Horizonte. Yustrich era o treinador do Coelho, e Zé Maurício aprimorou suas qualidades na meta, aprendendo como socar a bola quando não conseguiria pegar firme. Essa experiência precisava ser adquirida já que o goleiro enfrentou exímios chutadores, como Nelinho, Éder Aleixo e Rivelino.
Ele conta que a dificuldade maior era com Nelinho. “A bola vinha fazendo curva, adiantava um pouco para socar, já que era impossível pegar firme”.
Zé Maurício não admitia falha. Se tomasse um frango, ficava chateado e se sentindo culpado em caso de derrota de seu time.
Ele foi destaque no Campeonato Mineiro de 1979 jogando pelo América. No ano seguinte, levado por Jair Bala para jogar no Londrina, ficou uma temporada no clube paranaense.
Após passagem pelo Tiradentes, do Piauí, o goleiro voltou para o futebol mineiro e seguiu carreira em clubes como Valério, Democrata-GV, Tupi, Fabril, Caldense, Trespontano e Minas de Boa Esperança, onde pendurou as luvas.
Porém, ele viu que era difícil ficar longe do futebol e aceitou mais um convite de Jair Bala, desta vez para ser auxiliar e preparador de goleiros no Esportivo de Passos. Em 1989, foi para o Cruzeiro, por intermédio de Carlos Alberto Silva, como preparador de goleiros. Na Toca da Raposa, ele permaneceu por nove anos.
Na Toca. Trabalhou com vários goleiros, como Wellington Fajardo, Gilberto, Harlei, Paulo César Borges, William Andem e Dida, o melhor de todos. Ele viu o goleiro Gomes jogando no Democrata-SL e pediu sua contratação. Não demorou muito, Gomes já estava no profissional e conquistou a glorioso Tríplice Coroa.
Para Zé Maurício, os goleiros brasileiros deram um salto de qualidade nos últimos tempos, e o país agora exporta atletas da posição.