'Dirigir para viver', um documentário sobre Fórmula 1

A temporada 2019 de Fórmula 1 já começou e está a todo vapor, após duas corridas no ano. Mas os amantes da elite do automobilismo mundial podem matar a saudade entre um GP e outro ao reviver com outro olhar a última temporada da competição.

Trata-se da série documental "Dirigir para viver", disponível na Netflix, dirigida por Sophie Todd, que retrata em dez episódios os bastidores da temporada 2018 da Fórmula 1 com o principal objetivo: mostrar que por trás das disputas nas pistas há grandes histórias que permeiam o circuito esportivo ao longo do ano.

A série nasceu da necessidade da Fórmula 1 de se aproximar mais dos vários públicos que a acompanham e também apresentar, de uma maneira mais intima, equipes e pilotos de menor destaque.

Rivalidades internas entre pilotos de uma mesma equipe, competição entre equipes para se situarem na parte intermediária da tabela de classificação dos construtores, decisões individuais de pilotos em meio a incertezas do futuro quanto à escolha por equipes, humanização de personagens até então só conhecidos por frias entrevistas coletivas, conversas emotivas do rádio entre pilotos e equipe, etc. Tudo isso é retratado de maneira bem intimista e que traz o espectador para dentro dos paddocks.

O fato de Mercedes e Ferrari não terem aceitado o contrato para liberarem as filmagens deixa o documentário ainda mais interessante pelo fato de trazer protagonistas inesperados na  série, que conta com o produtor  James Gay-Rees, que também esteve envolvido no aclamado documentário Senna.

"Dirigir para viver" traz imagens sensacionais, inéditas nas transmissões das corridas de Fórmula 1, e que são motivos para prender a atenção do espectador. Além disso, a narrativa, que traz histórias de vida dos pilotos, gera empatia ao menos ligado no esporte em questão. 

Uma das maiores sacadas do documentário é a exibição das conversas entre os pilotos e seus chefes de equipe durante as corridas. Os diálogos mostram desabafos, dúvidas, orientações, decepções e até xingamentos por conta de problemas no carro ou alguma manobra considerada desleal de algum rival. Nesse ponto, os super atletas se transformam no mais puro ser humano recheado de emoções.

O mundo das grandes marcas do automobilismo também é retratado de forma visceral com quebras de contrato e decadência de tradicionais escuderias, como a Williams, e a tentativa de reerguimento da McLaren.

Até caso de justiça foi retratado como a saída do milionário indiano Vijay Malia, então proprietário da escudera Force Índia, do circuito da Fórmula 1.

Não importa se você é fã incondicional da Fórmula 1 ou apenas um curioso pelo esporte, fato é que "Dirigir para viver" mostra que uma simples corrida pode carregar muito mais histórias do que se imagina.