SYLO COSTA

Tempo de sequidão

Redação O Tempo


Publicado em 05 de novembro de 2014 | 04:00
 
 
 
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Essa estiagem aqui no Sudeste do país só pode ser comparada com a de 1977, que não esqueço, pois perdi mais de mil bois de pasto. E dizem que a pior seca foi a de 1939, quando o povo pobre do norte mineiro sobreviveu comendo pequi e jatobá. Nessas horas, aparece muita conversa sobre aquecimento global. Conversa pura. O tempo sempre foi assim: num ano chove muito, noutro chove pouco e às vezes chove o normal, o resto parece conversa pra boi dormir.

Acho que a temperatura está pior para nós, que perdemos as eleições. Não sei – ou sei, mas não tenho provas – se o verbo “perder” está empregado certo, pois muita gente acha que seria o caso do emprego do verbo “roubar”. E são muitos os indícios, pior, o roubo consentido, situação parecida com “visão de cego conveniente”, aquele que enxerga, mas não quer ver, como a ação deletéria do avanço “comuna-bolivariano” no nosso (por enquanto) país. Ainda bem que confiamos em nossas Forças Armadas para agir na hora H.

Puxando o fio da meada, vamos pensar juntos: dizem que o rombo da Petrobras está em torno de dez bilhões. É muito cobre e, por isso mesmo, não pode ter sido roubado de uma vez só. Essa desgraceira toda começa com a ascensão do PT ao poder em 2003. Não me lembro mais se foi no final de 2004 ou 2005 que a Petrobras, para resolver um problema de caixa, tomou emprestado, mesmo sem poder em termos legais, dois bilhões de reais da Caixa Econômica Federal. Problema de caixa na Petrobras? Pensei: nesse mato tem coelho... A administração do presidente Gabrielli, com Dona Dilma presidindo o Conselho de Administração da empresa, não dava sinal de nada, nem de regularidade nem de irregularidade. Queriam saber apenas – e gostavam – dos parcos vencimentos mensais de R$87 mil e borrachinha. Dona Dilma assumiu a presidência da República e substituiu Gabrielli pela simpática e competente Graça Foster, que logo ficou de cara amarrada, pois deve ter tomado conhecimento do rombo nos cofres da empresa. O escândalo explode e Dona Dilma diz que não sabe de nada, muito menos o ex-Luiz, que chamou de “imbecil” todo aquele que não reza em sua seita. Eu, que tenho paciência de Jó, falei baixinho comigo mesmo: imbecil é a... e dormi sem concluir. Eu tenho sono pesado e, dormindo, não me lembro de nada... Então, uma de duas: ou Dona Dilma e o ex-Luiz sabiam de tudo o que se passava na Petrobras ou então Dona Graça foi incompetente ou compactuou com as insignes autoridades.

E tem mais: é preciso que o Brasil conheça logo todos os ladrões citados nas delações dos outros ladrões e os veja na cadeia até o final do século, não como os mensaleiros, que já estão soltos, ricos e fagueiros, como o “cappi di tuti cappi” José Dirceu, braço direito do Don Corleone brasileiro e que vai se casar mais uma vez, e com uma mulher, comportamento normal, mas, hoje fora de moda...

Como sou cristão, a contragosto, peço a Deus: “Perdoai-lhes, Senhor, mas eles sabem muito bem o que fazem”.

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