TOSTÃO

Início de mudanças

Redação O Tempo


Publicado em 16 de dezembro de 2015 | 03:23
 
 
 
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Como colunista e cidadão, apoio e assino o manifesto, um protesto da sociedade civil contra a CBF, vergonha nacional e mundial. Esse seria o momento de os clubes se unirem, criarem uma liga nacional e abandonarem as promíscuas amarras, para mudar a estrutura da CBF e do futebol brasileiro. Lamentavelmente, a maioria dos dirigentes é comprometida com a entidade.

No programa “Bate-Bola”, da ESPN Brasil, um telespectador me citou, entre vários outros ex-jogadores sugeridos para dirigir a CBF. Não tenho nenhuma vontade de ser dirigente nem preparo técnico de gestão. Sou, no máximo, um gestor de meus desejos e de minha vida.

Hoje, pelo Mundial de Clubes, o River Plate tem um pouco mais chances de vencer, mas não será surpresa uma vitória do Hiroshima, que joga em casa. Os japoneses repetiram, nas duas primeiras partidas da competição, a excelente organização coletiva, as muitas trocas de passes e o futebol compacto, como atuam as grandes equipes do mundo. Mesmo assim, geralmente, perdem quando enfrentam os bons times e seleções da Europa e da América do Sul.

O Japão é um ótimo exemplo de que não basta o coletivo. Os Estados Unidos vivem algo parecido. Os americanos programaram, tempos atrás, que 2018 seria o ano em que disputariam a Copa com as mesmas chances das melhores seleções. Será cedo. Algum dia isso vai acontecer? Nunca, se não tiverem jogadores excepcionais e craques.

Amanhã, o Barcelona enfrenta o Guangzhou Evergrande, da China, dirigido por Felipão e com vários bons jogadores brasileiros (Ricardo Goulart, Paulinho, Robinho e Elkeson). Será uma zebra a derrota do Barcelona, mas não é impossível, já que, vez ou outra, o Barcelona perde para um dos pequenos da Espanha. Felipão e Paulinho, que estavam na Copa de 2014, estão loucos para recuperar o prestigio.

O time titular do Barcelona é o melhor do mundo, mas existem vários reservas fracos para o nível atual da equipe. Não existe um único bom substituto para os três craques da frente. Pedro, que era apenas um bom reserva, muito inferior aos três, faz falta.

Bastou o Barcelona, em vários jogos, ter resultados piores quando não tinha Neymar do que quando não tinha Messi, para os apressados, utilitários e estatísticos concluírem que Neymar é superior a Messi. Esse raciocínio operatório predominou no futebol brasileiro nos últimos tempos, protegido pelo modernismo. A ciência estatística é importantíssima, desde que associada à capacidade de observar, de enxergar os detalhes e o subjetivo. Essa é uma das diferenças dos bons e dos craques, em qualquer atividade.

Messi e Cristiano Ronaldo reinaram no mundo nos últimos anos. Agora, têm a companhia de Neymar, que se torna um candidato habitual a melhor do planeta. Cristiano Ronaldo é o mais completo finalizador do mundo, pois faz, de todas as maneiras, um número absurdo de gols. Neymar, além de ter todas as qualidades de um grande craque, é o que usa mais enfeites e efeitos especiais. Messi, por ser magistral para fazer gols, driblar e dar passes espetaculares e decisivos, é o melhor e o mais completo dos três.

Sul-Minas-Rio

Ainda não entendi bem as razões de o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, ter saído do torneio Sul-Minas-Rio. Ele não explicou bem. Outros clubes ameaçam fazer o mesmo. Seria o embrião de uma liga nacional para comandar o futebol brasileiro. A CBF ficaria apenas com a seleção, até poderia ser implodida, se não melhorasse seus métodos.

O Atlético e, especialmente, o Cruzeiro precisam de reforços, e não apenas de mais jogadores do nível dos atuais. O torcedor e a diretoria do Cruzeiro não podem se iludir com o momento especial que teve o time no fim do Brasileirão. Penso que todos os times brasileiros contratam demais jogadores comuns, medianos, para compor o elenco. Os salários de uns três dariam para pagar o de um excelente jogador.

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