Construindo as bases sobre as quais se erigirá um novo ciclo

Os tipos de provas e de experiências podem ser diferentes para cada um de nós, mas o caminho é o mesmo para todos. Numa primeira etapa, admiramos o belo firmamento externo das noites estreladas; depois, passamos a devotar-nos ao firmamento interior dos valores essenciais – mas há horizontes ainda mais amplos à nossa espera: terminadas as tarefas humanas, deparamo-nos com tarefas mais elevadas.

Muitas coisas devem morrer em nós para dar lugar ao novo homem. Porém, a noção de morte pertence ao mundo da mente comum. Quando transcende o nível onde tempo e espaço são tidos como finitos, o homem ingressa em um estado de consciência no qual nem a morte nem o nascimento existem do modo como nós os concebemos. Nessa outra dimensão, o tempo é uma eternidade e o espaço é multidimensional. Nesses níveis superiores ninguém morre. Aquele que acaba de desencarnar na Terra é tido aí como um recém-nascido – pois está chegando aos níveis sutis após um estágio nos planos mais densos da vida, que são o físico-etérico, o emocional-astral e o mental.

Durante muito tempo vivemos como a humanidade não iluminada. Nessa etapa, os três corpos do homem simbolizam a consciência física, emocional e mental humanas, que ainda estão unidas contra as energias evolutivas. Para que uma nova corrente de vida possa penetrar no seio da humanidade, é preciso matar esses corpos e revelar-lhes que, na verdade, estão a serviço da manifestação da vida divina.

A mente humana com sua natureza dual cria no interior do ser uma grande ilusão mental que se apresenta sob diversas formas, aprisionando o homem que ainda está na escuridão. À medida, porém, que a personalidade vai elevando-se, a luz ilumina seu caminho e ele finalmente vê. Apelar para o ser solar que existe em nós - aquele que rege o contato da personalidade com a alma e com níveis mais elevados de nossa consciência - é imprescindível quando se trata de enfrentar tarefas que exigem qualidades especiais. Quando nos voltamos para o centro da nossa própria consciência, no interior de nosso ser contatamos essência ainda mais vasta.

Cada mente individual transformada representa uma conquista para a substância mental do mundo inteiro, onde, como num livro, se acha escrito o destino da Terra e da humanidade. Esse livro é conhecido dos Seres libertos. Estes sabem que todo homem é livre em sua essência, embora permaneça por longos períodos acorrentado ou limitado por cercas, fronteiras, propriedades privadas, desejos e tantas ilusões passageiras. Quem consegue liberar-se dessas amarras, quem transforma a própria mente, torna-se um Salvador para a humanidade como um todo.

Esta é a primeira das três grandes etapas na caminhada evolutiva do homem na Terra, a etapa do ser que se entrega ao serviço altruísta e que, por meio desse serviço, contata um nível de compreensão superior da vida. Depois dessa vem a etapa simbolizada pela história de Buda, conhecida como a etapa da iluminação permanente ou da compreensão ininterrupta. Para chegar a ela, precisamos ter concluído um ciclo.

Existe, ainda, uma terceira etapa, marcada pela presença da energia cósmica do amor-sabedoria, chamada por muitos de etapa dos novos Cristos: é aquela em que todos os homens vivem a unidade incondicional no Amor e na Paz.

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