Coluna

Ebola no Brasil?

Redação O Tempo

Por Dr. Telmo Diniz
Publicado em 16 de agosto de 2014 | 11:04
 
 
 
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A África Ocidental enfrenta o maior surto do vírus ebola já registrado desde a descoberta da doença, em 1976. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se da maior epidemia de febre hemorrágica em termos de pessoas afetadas, número de mortos e extensão geográfica.O surto atual começou na República da Guiné em março deste ano e se espalhou para os países vizinhos Serra Leoa e Libéria. E no Brasil, será possível que o vírus possa chegar até aqui?
 
Nos países africanos, é tradição lavar o corpo de uma pessoa que falece. E isto aumenta de forma significante a exposição, pois a transmissão se dá pelos fluidos corpóreos. O membro da família que lavou o corpo pode também preparar a refeição para a celebração do funeral, piorando a situação ainda mais. Se a pessoa morrer em uma tenda médica, o corpo normalmente será queimado e logo após, enterrado. Isso traz uma enorme agonia para a famílias, o que faz com que eles escondam a doença das entidades de ajuda médica internacional. Portanto, cultura, tradição e falta de recursos locais têm influência determinante na disseminação da doença.
 
Para um melhor entendimento do leitor, a transmissão ocorre pelo contato de sangue, secreções e outros fluidos corporais dos doentes, não pelo ar. Inclusive por secreções das roupas da pessoa infectada. Por esse motivo, quem corre mais risco de contaminação são os familiares e os profissionais de saúde. Quando a pessoa é infectada, o vírus pode ficar no organismo por dois até 21 dias, até o início dos sintomas.
 
A possibilidade da chegada do ebola ao Brasil é considerada baixa pelo Ministério da Saúde. Especialistas brasileiros defendem que um dos motivos é que a gravidade dos sintomas dificulta a locomoção de doentes e o contato com muitas pessoas. Os sinais da doença são perceptíveis e o paciente fica extremamente debilitado, pois a doença começa a se manifestar com febre, fraqueza, dores musculares, de cabeça e de garganta. Em seguida, vêm vômitos, diarreias, feridas na pele, problemas hepáticos e hemorragia interna e externa. É um quadro clínico extremamente exuberante, o que teoricamente impediria uma pessoa de viajar ou, de outra forma, logo seria detectada pelas autoridades médicas do país. 
 
Quando uma pessoa é infectada pelo ebola, em até dez dias ela morre ou o organismo começa a combater o vírus. É como uma gripe. Não tem remédio para matá-lo. É nosso sistema imunológico que reage e mata o vírus. A diferença é que o vírus do ebola é muito mais agressivo que uma gripe. Pacientes graves recebem cuidados intensivos, que incluem reidratação oral e intravenosa. Eles devem ser isolados e receber a visita apenas de profissionais de saúde. Até o fechamento desta edição, não havia nenhuma confirmação do Ebola no país. Apenas algumas especulações não confirmadas. Seguindo as informações do MS, nada de pânico! Entretanto, no mundo globalizado em que vivemos, todo cuidado é pouco. 
Faça uma boa semana.
 

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