Saúde

Medo de morrer

Coluna aborda a tanatofobia


Publicado em 31 de março de 2019 | 03:00
 
 
 
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Todos nós temos medo de algo ou alguém. É um instinto natural, pois o medo está intimamente ligado à nossa proteção e preservação. Se, por um acaso, um ladrão aponta uma arma pra mim, certamente vou sentir medo e entrar no modo “luta ou fuga”. O problema surge quando nossos medos se intensificam de tal forma que pode nos engessar para as atividades do dia a dia. Na coluna desta semana, vamos tratar especificamente do medo de morrer. 

Tanatofobia é uma fobia que se caracteriza pela sensação de medo extremo da morte. Pessoas com essa característica tendem a não sair de casa, evitam falar em morte e têm pavor de participar de qualquer funeral. A palavra “tanatofobia” vem do grego “tanato”, que representa a divindade da morte.

O medo de morrer é um problema para uma parcela da população, em especial por que a morte pode representar o desconhecido ou o “fim de tudo”. Quando o medo passa a impor limites na vida da pessoa, esta fica refém do processo, e isso se torna uma espiral negativa.

O tanatofóbico tem pensamentos recorrentes de morte e isso vai paralisando sua vida aos poucos. A relação de insegurança que se instala na pessoa pode levá-la a, por exemplo, evitar viagens de avião, de carros, ficar no escuro etc. Há também aquelas que têm preocupação excessiva com a saúde e que vão sempre ao médico, solicitando de forma sistemática exames muitas vezes desnecessários. São pessoas que apresentam nítido quadro de ansiedade, onde o tema central é a saúde e o medo da morte.

O tanatofóbico geralmente apresenta sintomas como boca seca, sudorese, tonturas, tremores, palpitações, náuseas, sensação de asfixia, ondas de frio, dor no peito, formigamento e dormência; dificuldade para diferenciar o que é real da ficção; medo de perder o controle e até de enlouquecer, sendo muito comum os que evitam sair de casa. É importante frisar que o tanatofóbico que não consegue superar seus medos certamente vai experimentar o fracasso social e profissional. 

Para muitos, a morte é um grande tabu, um universo desconhecido rodeado de incertezas. Isso faz com que elas sintam muito medo de morrer e de perder seus familiares e amigos. Entretanto, temos de enxergar que a morte faz parte da vida e é algo que todos nós um dia vamos passar. Um meio de lidar de forma mais natural com a morte é construindo o seu legado, vivendo na prática a sua missão, que pode estar relacionada a sua família e amigos, a sua profissão, a seus valores e o que mais fizer sentido para você. Ou seja, se você tem um objetivo e pensa em deixar um legado, a morte passa a não ser mais um problema, em especial por que você vai focar todas as suas energias em busca de seus objetivos, vivendo a vida de forma plena.

O tanatofóbico precisa de tratamento. Normalmente, um acompanhamento com o psiquiatra e psicólogo que, em conjunto, vão abordar o problema com psicoterapia comportamental e medicações adequadas. O pensador Belga Jaac Bosman certa vez falou que, “no lugar de ter medo de morrer, preferia a coragem de viver”.

Faça uma boa semana. 

 

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