Vida Saudável

Viver sozinho 

Redação O Tempo

Por Dr. Telmo Diniz
Publicado em 29 de abril de 2017 | 03:00
 
 
 
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Segundo o levantamento mais recente do IBGE, cerca de 4 milhões de brasileiros estão morando sozinhos. Essa fatia da população já ocupa quase 10% dos domicílios no país. Em algumas capitais, como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Porto Alegre, uma em cada oito casas tem apenas um morador, e metade dos apartamentos ou “flats” estão ocupados por uma única pessoa. Viver só é bom ou ruim? Tem algum impacto na saúde de quem toma esta decisão?

A tendência de viver sozinho não ocorre somente no Brasil. É um novo arranjo social que está acontecendo em vários países ao redor do mundo. As famílias estão cada vez menores, tendo menos filhos, com as pessoas se divorciando e vivendo mais. Tudo isso culmina com este novo cenário. Técnicos do Ipea afirmam que, somente nos últimos 20 anos, a taxa de pessoas que moram sozinhas cresceu acima dos 40%. Pessoas que moram sozinhas fazem afirmações do tipo: “um sujeito pode passar a maior parte do tempo só e se sentir bem, ser boa companhia para si próprio. Outro pode estar cercado de um monte de gente e se sentir completamente solitário – o que pode ser fruto das circunstâncias, como um casamento infeliz, um namoro sem motivação etc”.

Uma pesquisa, já citada nesta coluna, procurando a resposta sobre a felicidade, dá conta de que para estar bem e feliz o relacionamento interpessoal é de fundamental importância. Foi observado que pessoas que mantêm boas relações sociais vivem mais e por mais tempo. Ter alguém para compartilhar tristezas, alegrias e segredos ajuda a espantar a ansiedade, o estresse e outros sentimentos negativos que abalam o organismo como um todo. Bom é o que diz a pesquisa, não eu.

Viver sozinho está se tornando uma nova modalidade para os arranjos entre as famílias da atualidade. Não vejo nenhum problema nisso, desde que a pessoa esteja bem e em paz com ela própria, cercada dos familiares e amigos. Porém, existem pessoas que moram sozinhas, não se cuidam, estão claramente angustiadas e depressivas, não têm contato com amigos etc.

Este grupo merece atenção, especialmente as pessoas idosas que, em algum momento de suas vidas, poderão necessitar da ajuda para alguma atividade para a vida diária, como se vestir, tomar banho, fazer as refeições, dificuldades para caminhar ou enxergar etc. É um grupo muito vulnerável, com alto risco de acidentes domésticos. E o que é pior, pode necessitar de auxílio durante uma emergência e, como estão sozinhos, um desfecho sombrio pode ocorrer.

Para esta parcela da população, a ajuda especializada em residenciais geriátricos poderá ser de grande valia. Lá, a pessoa passa a ter a necessária segurança e atividades que podem fazer a diferença entre a depressão e um novo estilo de viver.

Faça uma boa semana.

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