As últimas tendências apresentam a possibilidade de um segundo turno. Quase certo para presidente, ainda possível para governador em Minas.
Os debates televisionados, nesta reta final, não possuem potencial de mudar significativamente a direção dos ventos e dos votos. Dilma, que está sendo quase catastrófica em seu desempenho televisivo, entretanto, é quem mais cresceu depois do debate.
Os índices de audiência são baixos, e o conteúdo, pouco atraente. Conquistaram fama de “chatos”, de novela eleitoral sem apelo, daquelas que espera-se que durem pouco.
Assim, quem liga no canal do evento e fica na poltrona até o fim, mais que um indeciso à procura de um candidato, é um espectador “decidido”, um “torcedor” fanático. A vitória de seu candidato o faz regozijar. Mas, em caso de derrota, continuará vestindo a camisa.
O impacto do desempenho dentro do debate é quase irrelevante. Poderia eventualmente motivar os militantes e incendiá-los à procura de votos. A reação pode até ser a inversa da esperada, e uma fragilidade do candidato leva o militante a compensar as falhas.
A circunstância poderia, assim, ser explorada para conclamar a tropa dependurada até a madrugada na frente das telas. Mas nem isso se evidenciou.
O debate cumpre um rito eleitoral, mas perdeu o apelo com a fama que os políticos em geral conseguiram conquistar entre escândalos e mensalões.
Propostas firmes, inquestionáveis, que expressem uma real convicção, são raras. Não se declaram os termos do compromisso: como, quando, onde e por quê.
Meia verdade ou meia mentira, sem sal e sem açúcar, não vêm ao caso, ninguém se compromete com alíquotas de impostos e tributos, com o número de cargos que cortarão. Poderão diminuir um ou 10 mil sem passar por mentirosos.
Falta uma semana, e nem sequer os programas foram apresentados. Os candidatos parecem comungar da falta de clareza, urdindo um complô para tirar do eleitor o voto, como um cheque em branco. Por paradoxal, não tem candidato que se rebele muito ao vazio do outro.
Idealismo, utopia, nesse angu tem pouco. A única candidata que parece saber manipular a utopia é Marina Silva, talvez por não ter outro ingrediente melhor. Mas é exatamente essa overdose de utopia que lhe permitiu chegar ao patamar de séria candidata à vitória.
Aécio Neves, em entrevista ao “Estadão”, enfim se curvou à evidência de que os maiores equívocos de sua campanha foram cometidos em Minas. Erros que não são apenas de marqueteiros, mas de quem aceitou as propostas dos marqueteiros.
A troca de acusações que corre a portas fechadas continuará após as eleições, especialmente em caso de uma “impossível” derrota que ocorreria se as eleições se dessem hoje.
As figuras à frente da coordenação do comitê de Pimenta da Veiga se confundiram, subestimaram, algumas se perderam em excessos, marcando de antipatia o início da campanha. O alarme só tocou com as pesquisas em queda, ou com a persistente incapacidade de avanço.
Equívocos foram vários, e foram corrigidos, mas um que persiste é não ter adaptado o discurso tucano à mais recente avaliação negativa do governo de Minas.
Se já foi ótima, agora despencou na conjuntura recessiva, e a presença de uma tropa adversária mobilizada colocou para cair ainda mais. Se Dilma, alertada, “demitiu” em seu discurso o ministro da Fazenda, ao contrário, em Minas, Pimenta da Veiga, livre de acenar a uma nova forma de governar, confirmou que continuará com algo que no momento está mal avaliado.
Na realidade parece que pouca atenção se faz, entre tucanos, de dados valiosos, insiste-se com “continuidade” onde o eleitor quer ouvir “mudança”, defende-se o passado que poderia ser deixado de lado, justamente quando o eleitor aguarda muitas novidades.
Parece que os candidatos do PT têm uma leitura mais atenta do mar eleitoral e sabem surfar as ondas. Só faltam poucas ondas para chegar.
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