A dívida pública brasileira chega aos R$ 7,7 trilhões e deve aumentar até o fim de 2024. O governo federal gasta muito e gasta mal. A dívida do setor público consolidado, que engloba governos federal, estaduais e municipais e empresas públicas já atingiu R$ 8,5 trilhões. Isso significa 85% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A continuar assim, a dívida vai se tornar impagável e o país vai quebrar. Enquanto isso, placidamente, nos deparamos com um país inteiro de cócoras, com o queixo aos joelhos.
O peso descomunal da dívida pública e a incerteza fiscal são dois dos principais riscos da economia brasileira. Quanto mais o governo se endivida, maior é a pressão em cima da moeda e da inflação, seja acumulando déficits em vez de superávits, desvalorizando o real ou empurrando os preços dos produtos para o alto. Pior, a desconfiança é até quando o país vai honrar seus compromissos, ainda mais amargando uma inflação em torno de 4,5% e subindo.
Mas as mazelas não ficam apenas na área econômica. O número de queimadas na Amazônia atingiu 2,5 milhões de hectares, quase o dobro do cogitado para o mês de agosto, uma vez que a média histórica era de 1,4 milhão de hectares no mês de área afetada pelo fogo. Desde o início do ano, a Amazônia já teve mais de 4,1 milhões de hectares atingidos pelos incêndios. Isso, sem contar os milhares de focos de queimadas, fuligem e fumaça no interior de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Cerrado e Pantanal.
De quem é a culpa? O governo que trabalha pouco e gasta muito não sabe explicar. Os artistas e as ONGs, que antes falavam demais, agora estão calados. Porém, uma resposta rápida precisa ser dada. A Amazônia está sendo violentada e clama por socorro, e cabe aos gestores públicos ambientais saírem da inércia e protegerem e preservarem a maior floresta tropical do mundo, bem como as áreas verdes ameaçadas.
Não menos graves são as questões que envolvem os cortes de verbas na saúde e na educação; cortes também nas pastas de transportes e defesa; corte de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024; hospitais públicos com profissionais mal remunerados, recursos escassos e fila de espera para cirurgias eletivas; greves de servidores públicos federais; sucateamento das universidades; emendas Pix sem transparência; ruína fiscal e péssimos serviços públicos; reforma tributária com a criação do maior Imposto de Valor Agregado (IVA) do mundo, em torno de 28%; e desarmonia nos Três Poderes.
Diante do preocupante cenário, resta exigir que o país inteiro saia da posição de cócoras, levante-se e reaja, retome o crescimento, cuide do meio ambiente, reduza a desigualdade, realize com justiça as reformas tributária e administrativa, tire o SUS da UTI financeira, incentive o agronegócio, invista em infraestrutura, reduza o déficit educacional, acabe com a queda de braços entre Executivo, Legislativo e Judiciário e reequilibre os Poderes da República, com cada um na sua respectiva função.